Crimes

Ministério Público acusa homem que apareceu em Ceira de dois homicídios qualificados

Notícias de Coimbra | 11 anos atrás em 25-03-2014

O Ministério Público acusou um homem de 63 anos de dois homicídios qualificados, imputando-lhe a morte da ex-companheira e do homem para cuja casa aquela foi viver, crimes que ocorreram em setembro, em Alvaiázere, distrito de Leiria.

No despacho de acusação lê-se que a mulher – que expressava queixas relativas ao comportamento do arguido, como maus-tratos psicológicos e privação de bens – saiu de casa, em Maçãs de Dona Maria, a 06 de setembro de 2013, dia em que passou a residir na habitação da outra vítima, na mesma freguesia.

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A partir dessa data, a mulher deslocava-se apenas à habitação do ex-companheiro com intenção de retirar os bens pessoais, mas aquele recusava sempre, pelo que, no dia 12, dirigiu-se ao escritório de uma advogada para se aconselhar sobre a forma de aceder aos bens e constituir mandatária no inquérito que denunciava as condutas do detido.

Na tarde do dia 16, por proposta da advogada, arguido e vítimas reuniram-se no escritório desta para a resolução do litígio, sendo que a única exigência daquele foi a de que os bens da ex-companheira fossem retirados nesse dia da casa, refere o Ministério Público (MP).

Assim, pelas 18:00 desse dia, as vítimas iniciaram a mudança dos bens, com o auxílio de outra pessoa e na presença do acusado e da advogada, o que ocorreu sem problemas.

Porém, uma situação suscitou a alteração da postura daquele, relata o MP, explicando que quando a mulher, ao retirar documentos de vários créditos bancários que contraiu, informou o arguido que teria de pagar metade, este ficou irritado, pelo que resolveu matar as vítimas.

Para o MP, o detido decidiu matar a ex-companheira por ter saído de casa sem dar explicações e se recusar a falar com ele, mas, também, porque estava cansado dos gastos daquela, que considerava demasiados e em artigos supérfluos.

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O MP acrescenta que o suspeito resolveu, também, tirar a vida ao homem por presumir que este deu dinheiro à ex-companheira para pagar a advogada. Acresce que estava convencido de que ambos mantiveram uma relação amorosa durante o tempo em que viveu com aquela, desconfiança que aumentou porque passaram a viver na mesma casa, situação que adensou os ciúmes do arguido que não se conformava com a separação.

As mudanças terminaram pelas 23:55 e, 15 minutos depois, já no dia 17, o arguido foi buscar uma espingarda e, do interior de sua casa, disparou contra as vítimas que se encontravam nas imediações, dirigindo-se, depois, para junto de ambas, tendo-as atingido de novo.

O acusado colocou-se em fuga, tendo sido localizado em Ceira, Coimbra. Detido preventivamente em Leiria, vai ser julgado por um tribunal coletivo e incorre na pena máxima, 25 anos de prisão.

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