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Cáritas de Coimbra teve aumento de 170% nos pedidos de apoio social em 2013
A Cáritas de Coimbra registou um aumento de 170% nos pedidos de apoio, em 2013, havendo cada vez mais famílias da classe média a procurar ajuda social, segundo a direção.
“Foi um ano extremamente pesado e difícil”, disse hoje à agência Lusa o padre Luís Costa, presidente da Cáritas Diocesana de Coimbra.
No ano passado, foram apoiadas mais de 2.000 pessoas e atribuídos quase 60 mil euros de ajudas em dinheiro, segundo uma nota a propósito do peditório nacional que a Cáritas Portuguesa promove entre hoje e sábado.
Luís Costa salientou que “o desemprego e a insolvência familiar” têm vindo a agravar a situação social na região, tal como no país.
A Cáritas de Coimbra apoia “cada vez mais famílias da classe média agora desempregadas”, segundo uma fonte do seu Departamento de Inovação, Comunicação e Projetos.
Algumas das pessoas que beneficiaram de ajuda, através do Centro de Apoio Social, vão participar no peditório como voluntários, “pois querem retribuir o que receberam a quem possa também precisar”, referiu.
Entre as famílias auxiliadas pela Cáritas de Coimbra, está um casal de licenciados, em Engenharia Informática e Física, atualmente sem emprego.
“Têm uma filha de 11 anos, perderam a casa e o carro”, adiantou a fonte.
Numa situação idêntica está uma família da zona de Bragança, com três filhos de 23, 19 e 14 anos. Maria Castro, de 47 anos, é educadora de infância.
Enquanto o marido, um vendedor de 48 anos, se mantém desempregado, ela trabalha agora a tempo parcial, incluindo períodos noturnos e domingos, numa instituição particular de solidariedade social de Coimbra.
Há um ano, vieram de Macedo de Cavaleiros para Coimbra, onde se juntaram ao filho mais velho, estudante universitário, para tentarem minorar as dificuldades económicas do agregado familiar.
Antes, Maria estava em casa e recebia cerca de 500 euros por mês de subsídio de desemprego.
“O trabalho dignifica as pessoas, mas, assim, sinto-me triste: trabalho mais, recebo menos e só folgo ao sábado”, disse à Lusa.
Além dos 450 euros que ela aufere mensalmente, a família conta apenas com mais 58 euros de abono dos filhos.
A Cáritas tem ajudado no pagamento da renda de casa, mas também na alimentação, luz e água.
Na Diocese de Coimbra, o peditório vai realizar-se em 60 locais, incluindo ruas e estabelecimentos comerciais, com mais de 360 colaboradores e voluntários.
No ano passado, apostou numa “campanha agressiva”, intitulada “Somos pessoas de carne e osso”, colocando manequins em vários espaços comerciais.
Em 2014, “os pedidos de apoio mantêm-se e aumentam”, o que levou a instituição a retomar aquela estratégia de angariação de donativos, agora sob o lema “Há pessoas de carne e osso”.
“Quem é de carne e osso precisa de comer, pagar casa, roupa e medicamentos”, sublinham os responsáveis da campanha na região.
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