Economia
Pandemia gera quebra de receitas de 61% a 80% em um terço dos media
A pandemia de covid-19 provocou quebras de 61% a 80% nas receitas de um terço das empresas de media, de acordo com os resultados de um inquérito conduzido pela Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) hoje divulgado.
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Esta é uma das conclusões do relatório hoje publicado pela ERC que traça o panorama do impacto da pandemia de covid-19 no setor de comunicação social em Portugal, “a partir das respostas a um questionário que dirigiu, entre 24 de abril e 06 de maio, a entidades representativas do setor registadas na Plataforma Digital da Transparência (pessoas coletivas com contabilidade organizada que identificam a comunicação social como atividade social) e a prestadores de televisão por subscrição”.
Em comunicado, a ERC refere que do inquérito conclui-se que “as receitas globais dos órgãos de comunicação social caíram a pique em março: 31,6% dos inquiridos reportou perdas entre 61% e 80%, sendo a ‘publicidade’ o tipo de receita mais afetado”.
No que se refere a assinaturas, organização e promoção de eventos, que constituem outras das fontes de receitas do setor, estas registaram um “decréscimo mais acentuado”.
Por segmentos, 60% dos operadores de televisão comercial “registaram decréscimos das receitas globais entre 41 e 60%”.
Esta crise, adianta a ERC no comunicado, “foi especialmente profunda para os media locais e regionais, considerando tratar-se de estruturas mais pequenas e com menos recursos: 27% dos detentores de imprensa local e regional e 44% dos operadores de rádio local comunicaram perdas de receitas entre 61% e 80%”.
Relativamente à imprensa, quer nacional, local e regional, “um quarto dos inquiridos indicou quebras na venda de exemplares entre 1% e 20%”.
Algumas empresas “tiveram fontes de receitas preocupantemente afetadas com quebras homólogas na ordem dos 100%, incluindo as vendas de exemplares”, adianta a ERC.
“Um conjunto de 29% de editores de imprensa regional e local referiu ter suspendido a edição impressa, 6% dos quais sem alternativa ‘online'”, de acordo com o inquérito.
“Se as alterações de periodicidade de jornais e revistas em papel foram residuais, o mesmo não sucedeu com a diminuição do número de páginas, indicada por 71% dos editores nacionais e 60% dos editores locais e regionais”, sendo que “as perturbações na distribuição foram muito significativas”.
De acordo com o inquérito, “as estratégias editoriais concentraram-se no online”.
A totalidade dos detentores de imprensa nacional “registou um aumento de audiências nos seus ‘websites’, verificando-se o mesmo em 62% dos editores locais e regionais”.
No que respeita os títulos locais e regionais exclusivamente online, “três quintos observaram um crescimento de audiências”, adianta a ERC.
Segundo o “Relatório Avaliação do impacto da pandemia de covid-19 sobre o setor da comunicação social em Portugal”, o universo corresponde a um total de 253 questionários válidos.
“A maior parte dos inquiridos consiste em detentores de publicações periódicas locais e regionais (54%) e a operadores de rádio local (30%). Perto de 7% comunicou elementos agregados sobre estes dois últimos tipos” de órgãos de comunicação social”, refere o relatório.
“Uma fatia de cerca de 4% dos inquiridos reportou dados sobre entidades que detêm publicações periódicas nacionais, praticamente a mesma correspondente aos operadores de televisão comercial”, adianta.
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