Região

A Junta dos Caulinos

Notícias de Coimbra | 11 anos atrás em 18-03-2014

A Junta de Serpins admitiu hoje a extração de caulinos nesta freguesia do concelho da Lousã, mas previu que será difícil a concessão avançar em baldios arrendados por 30 anos.

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“Eles aqui não têm grandes hipóteses”, disse hoje à agência Lusa o presidente da Junta de Freguesia de Serpins, João Pereira, realçando que uma parte significativa dos 460 hectares requeridos para concessão corresponde a uma plantação de eucaliptos da Soporcel, em propriedade comunitária.

Em 2009, a autarquia, enquanto gestora dos baldios locais, cujo conselho diretivo não está constituído, renovou com aquela indústria papeleira, por um período de 30 anos, o arrendamento de uma área para produção de eucaliptos que ronda os 200 hectares, segundo o autarca do PS.

Num ofício enviado em fevereiro ao Governo, a que a Lusa teve acesso, a Câmara da Lousã pediu esclarecimentos quanto à exploração de caulinos em Serpins, tendo em conta que 90% da área a concessionar na freguesia são baldios, estando a sua alienação pelos compartes condicionada por lei.

A exploração de caulinos em Serpins foi requerida pela empresa Sorgila, através de um aviso publicado em novembro no Diário da República, e, durante a auscultação pública, não obteve qualquer oposição da Junta de Freguesia, nem da Câmara Municipal, liderada por Luís Antunes (PS).

“É uma área muito extensa”, salientou hoje João Pereira, recomendando “algum cuidado na reposição dos solos” caso a concessão venha a concretizar-se.

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“Em nada na vida sou fundamentalista”, ressalvou, confirmando que a Junta de Serpins não se oporá àquela extração mineira, desde que “tudo seja feito com conta, peso e medida”.

Na freguesia, segundo João Pereira, já existe “uma pequena exploração de caulino, em terrenos privados”, há mais de 15 anos.

Na segunda-feira, o presidente da Junta de Freguesia de Lousã e Vilarinho, António Marçal (PS), assumiu à Lusa uma posição idêntica à do autarca de Serpins, admitindo que uma segunda concessão avance no concelho desde que cumpra algumas condições.

No dia em que o BE da Lousã manifestou “firme oposição” à extração de caulinos no concelho, Marçal vincou a necessidade de “salvaguardar os interesses ambientais, patrimoniais e comunitários, em particular dos aglomerados urbanos”, numa zona que inclui parte do território de Miranda do Corvo.

A CDU também já se pronunciou contra esta atividade mineira a céu aberto nos dois concelhos.

Em fevereiro, a Câmara de Miranda, a que preside o socialista Miguel Baptista, assumiu a “rejeição frontal” da exploração de caulinos no concelho, depois de a Federação de Coimbra do PS ter contestado idêntico “atentado ambiental, social e económico” na Figueira da Foz, Cantanhede, Soure e Mira.

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