Saúde
Investigadora de Coimbra premiada por identificar alvo terapêutico para Parkinson
A investigadora da Universidade de Coimbra Sandra Morais Cardoso é a vencedora do Prémio Janssen Neurociências, de 50 mil euros, pela identificação de novas possibilidades terapêuticas para a doença de Parkinson.
O trabalho científico, que está a ser desenvolvido desde 2009, permitiu, numa primeira instância, descobrir a principal causa da doença de Parkinson, que será a disfunção da mitocôndria, responsável pela produção de energia nas células.
A equipa liderada por Sandra Morais Cardoso e composta pelas alunas de doutoramento Ana Raquel Esteves e Daniela Arduino identificou duas estratégias diferentes que permitem “diminuir as lesões patológicas”, a partir dessa primeira descoberta.
Uma das estratégias passa pela inibição da enzima Sirtuína 2 que, quando ativada erradamente, era responsável pela modificação da tubulina, uma componente fundamental nas “autoestradas” do neurónio, explicou a investigadora.
Outro alvo terapêutico passou pela utilização de uma molécula que liga os microtúbulos do neurónio (as autoestradas) e que leva a que estes “funcionem melhor”, aclarou.
“Esperemos que as terapêuticas sejam aplicadas a doentes de Parkinson”, afirmou Sandra Morais Cardoso, considerando, contudo, que não quer dar “falsas esperanças”.
Recordou que, “no mínimo dos mínimos”, levará mais dez anos até que a descoberta possa ser aplicada em humanos, tendo que haver antes ensaios com animais.
A investigadora sublinhou que “quanto mais conhecimento há da doença mais fácil será chegar-se a um alvo terapêutico”.
Sandra Morais Cardoso frisou também que “os cortes na investigação científica fazem com que seja muito difícil trabalhar”, lembrando que agora a equipa terá que voltar “a pedir financiamento para continuar o projeto”.
O prémio de 50 mil euros “vai para apoiar os investigadores do grupo, para não ficarem desprotegidos”, disse, manifestando o seu “orgulho” aquando da receção da notícia.
A equipa do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra teve “colaborações pontuais com outros grupos do mundo”, informou Sandra Morais Cardoso.
Na nota de imprensa relativa ao prémio é afirmado que o trabalho desenvolvido pelo grupo da Universidade de Coimbra é “uma descoberta científica pioneira a nível mundial”.
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