Cidade
Comissão Diocesana de Coimbra enaltece o melhor dos portugueses e critica “indiferença e oportunismo”
“Nestes tempos de desafio, vem ao de cima o melhor que temos na nossa natureza humana, mas, infelizmente, igualmente aparecem a indiferença e o oportunismo, respaldados na anomia de valores”, afirma em comunicado a CDCJP, presidida por José Santos Cabral.
Segundo a nota, intitulada “Ser solidário em tempo de crise”, importa “que se aprenda com os erros cometidos a lição” de uma pandemia “que a todos afeta”.
“Não podemos deixar de convocar os cerca de 17 mil milhões de euros que, desde 2007, foram absorvidos por entidades bancárias na sequência de atos de gestão indigente, quando não criminosa”, critica, noutro contexto.
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A comissão insurge-se também contra “os investimentos públicos ruinosos, sem transparência e uma real e prévia avaliação social, económica e sustentabilidade, ou os cerca de 18 mil milhões de euros (9% do PIB) que se calcula ser o custo da corrupção” em Portugal e que “seriam hoje uma preciosa ajuda para suplantar a crise”.
“Este é o tempo de superar o determinismo e as atitudes passivas com liberdade e responsabilidade”, defende.
A Comissão Justiça e Paz lembra que “a pobreza latente irrompeu com ímpeto em largas zonas do país, ameaçando superar os 18 % da população, e 1,8 milhões de pessoas estão risco”.
“Somos cada vez mais um país assimétrico em termos territoriais, sociais e económicos”, lamenta.
No distrito de Coimbra, o desemprego aumentou 33,6%, sendo para a CDCJP “um dos impactos mais graves da pandemia”, que afeta famílias agora “sem qualquer fonte de rendimento”.
A entidade liderada pelo juiz conselheiro realça “o enorme esforço que, a nível da região e Diocese de Coimbra, as misericórdias e uma multiplicidade de associações de solidariedade têm desenvolvido (…) para corresponderem a um explosivo aumento da procura de auxílio”.
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