Cidade
BE quer que Governo explique desqualificação do Hospital dos Covões em Coimbra
“A concretizar-se, a reclassificação ‘em baixa’ do serviço de urgência do Hospital dos Covões, com efeitos a partir de 01 de julho, constituirá uma decisão imensamente prejudicial para Coimbra e toda a região Centro”, afirma o Bloco de Esquerda (BE) numa pergunta dirigida ao Governo, através do Ministério da Saúde, hoje entregue na Assembleia da República.
“Foi tornada pública recentemente a intenção da Administração Regional de Saúde do Centro de reclassificar o serviço de urgência do Hospital dos Covões, deixando de ser urgência médico-cirúrgica e passando a ser um serviço de urgência básica, ao cuidado de dois médicos indiferenciados e, como tal, sem resposta especializada em medicina interna, cirurgia e ortopedia”, afirma o BE.
Não se trata de uma “questão local”, mas do “aproveitamento estratégico das potencialidades” de uma unidade como o Hospital dos Covões para “um desenho territorialmente inteligente e justo da política nacional de oferta de cuidados hospitalares”, sustentam os deputados bloquistas José Manuel Pureza e Moisés Ferreira, subscritores do documento.
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“A insistência irresponsável” do esvaziamento dos Covões resulta no “prejuízo das populações” e alimenta “uma híper-concentração de serviços e de profissionais nos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC) sem ganhos de acesso e qualidade (bem pelo contrário)”, alertam.
O Hospital Geral, vulgarmente conhecido por Hospital dos Covões, integra o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) do qual fazem parte, além dos HUC, designadamente o Hospital Pediátrico e as duas maternidades de Coimbra, no âmbito do processo de agregação de diversos estabelecimentos de saúde.
Desde a criação do CHUC, em 2011, o Hospital dos Covões tem vindo a desqualificar ou mesmo a encerrar diversos serviços de internamento, como pneumologia, cardiologia, urologia, ortopedia, cirurgia e medicina interna, entre outras especialidades, recorda o BE, salientando que a “contrapartida” foi sempre “a concentração da resposta nessas valências” nos HUC.
“Tudo isso sem qualquer plano estratégico nem quaisquer estudos que justifiquem tecnicamente essas decisões”, afirmam ainda os parlamentares do BE, que querem saber quais as enfermarias e quantas camas, por enfermaria, foram desativadas no Hospital dos Covões, desde a criação do CHUC.
O Bloco também questiona o Governo sobre as consultas externas entretanto encerradas e sobre os meios complementares de diagnóstico e terapêutica que foram desativados e/ou transferidos dos Covões para os HUC, e, ainda, se o Governo dispõe de “algum estudo técnico que justifique os encerramentos e/ou transferências” daqueles e outros serviços.
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