Coimbra
Estrada desclassificada?
A Comissão de Utentes da Estrada Nacional 110, de Penacova, alertou hoje para a possibilidade daquela via ser desclassificada e passar a municipal, ficando sob responsabilidade das autarquias de Penacova e Coimbra.
A EN 110, que liga Penacova a Coimbra, ao longo da margem direita do Rio Mondego, está encerrada ao trânsito desde 15 de janeiro, devido a duas derrocadas, na zona de Foz do Caneiro, estando a ser intervencionada pela Estradas de Portugal desde 10 de fevereiro.
“Esta via é considerada uma estrada verde, mas as inúmeras derrocadas descaracterizaram as suas encostas, que deixaram de ser naturais para se tornarem em muros de cimento projetado, o que, mais tarde ou mais cedo, vai levar à sua desclassificação”, disse à agência Lusa Jorge Neves, da Comissão de Utentes.
Segundo Jorge Neves, a EN110 dá “muita despesa e dor de cabeça à Estradas de Portugal, pelo que é uma questão de tempo até à sua desclassificação, como já aconteceu com outras estradas”.
Na segunda-feira, adiantou, o deputado comunista Miguel Tiago desloca-se ao local em obras para analisar a intervenção, numa visita agendada para as 13:30.
A Estradas de Portugal informou na segunda-feira à noite que a EN110 vai estar fechada durante mais um mês do que o inicialmente previsto.
As obras iniciaram-se no dia 10 de fevereiro na zona do Caneiro, ao quilómetro 11.6 da EN 110, que liga Penacova a Coimbra, ao longo da margem direita do rio Mondego, numa empreitada orçada em 193 mil euros.
“Na execução da empreitada destinada ao restabelecimento da circulação foi detetado um ambiente geológico mais gravoso do que o previsto, que comporta riscos adicionais de instabilidade na sustentação da zona superior do talude”, refere uma nota divulgada na segunda-feira pela Estradas de Portugal.
Segundo aquele organismo, “ao contrário do inicialmente estimado, será necessário prolongar, previsivelmente por mais 30 dias, o atual corte de tráfego nesta zona da EN110, dando prioridade à segurança de pessoas e bens”.
A obra está projetada em duas fases, inicialmente uma primeira de 30 dias, que dilatou agora para 60, em que a estrada está completamente interditada para controlo da parte superior do talude, que ainda apresenta risco de deslizamento.
“Após esse período, será possível proceder à abertura da via com circulação alternada, até à conclusão dos trabalhos, o que deverá ocorrer dois meses depois, não se estimando nesta segunda fase qualquer alteração à estimativa inicial”, adianta a Estradas de Portugal.
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