Economia

BE propõe “enorme aumento do investimento público” na ferrovia eletrificada

Notícias de Coimbra | 5 anos atrás em 04-06-2020

O Bloco de Esquerda vai amanhã um modelo de resposta à crise provocada pela pandemia que permita também responder aos problemas climáticos, que deverá incluir um “enorme aumento do investimento público” na ferrovia eletrificada.

O BE marcou para a sessão plenária de sexta-feira, no parlamento, um debate de urgência sobre “Justiça climática e saída para as crises”, que contará com a presença do ministro do Ambiente.

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“O Bloco de Esquerda agendou este debate de urgência no Dia Mundial do Ambiente precisamente porque vivemos uma situação de emergência com a crise climática, e é essencial que a resposta que agora vamos dar à crise social e económica provocada pela pandemia responda igualmente aos problemas da crise climática”, afirmou o deputado Nelson Peralta.

Em declarações à agência Lusa, o bloquista defendeu que não é possível “um relançamento económico, com dinheiros públicos, e repetir os erros do passado”, uma vez que o modelo económico adotado até agora “trouxe o planeta ao abismo climático e criou uma enorme desigualdade social”.

“O planeta não pode esperar, nós estamos com muito atraso em relação à necessidade de políticas ambientais e climáticas e nós consideramos que neste momento, em que vai haver um relançamento económico devido à crise covid-19, nós temos que responder à crise presente e também à crise climática”, defendeu Nelson Peralta.

Pedindo “uma mudança” deste paradigma, o deputado do BE defendeu uma “transição ecológica” que permita abolir a pobreza energética, um “enorme aumento do investimento público nos transportes públicos, nomeadamente na ferrovia eletrificada” e uma proteção dos ecossistemas.

“Nós consideramos que estas tarefas acarretam uma criação de emprego e uma maior justiça social, e uma criação de emprego de uma forma diferente daquela que se tem seguido até aqui, porque é emprego ligado às necessidades sociais e ligados à necessidade de proteger o planeta”, justificou o deputado, considerando que “é emprego mais robusto que não se destrói à primeira crise cíclica”.

Assim, o Bloco de Esquerda quer que, “neste relançamento económico que será feito, o planeta e as necessidades sociais” estejam “no centro das preocupações”.

Nelson Peralta sinalizou igualmente que a crise climática “é muito desigual”, uma vez que as populações mais afetadas são “quem menos contribuiu para as alterações climáticas”.

Na ótica do BE, é necessário uma viragem neste aspeto e “garantir uma maior igualdade”, respondendo aqueles que foram “abandonados pela economia, constituindo-lhes direitos”.

De acordo com o deputado, no debate o partido quer que o ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, esclareça “se os apoios públicos vão estar vinculados, ou não, à melhoria ambiental da população” e se vão “garantir o emprego de áreas que se tornam obsoletas”, como por exemplos dos trabalhadores das centrais a carvão cujo encerramento está planeado.

O BE defende igualmente “programas públicos de emprego e investimento em energias renováveis, para garantir que há uma transição da energia fóssil para as emergias renováveis, ao mesmo tempo que as casas das camadas mais empobrecidas da população e da população que está em carência energética sejam alvo de melhoria da eficiência energética”.

“Queremos obviamente ouvir o ministro sobre outras áreas, nomeadamente a questão da água e dos rios em Portugal, da produção energética, e a melhoria das condições ambientais”, acrescentou o deputado Nelson Peralta.

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