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Empresa da Lousã criou jogo didático para mudar ensino da música
Uma empresa cultural da Lousã concebeu um jogo didático que, em janeiro, começou a ser vendido na internet para todo o mundo e que quer revolucionar o ensino da música às crianças.
Produzida pela firma Insignio Labs, sob a direção de João Carlos Ramalheiro, a aplicação “Oratio’s Flute Master”, disponível para diferentes plataformas digitais, foi premiada em fevereiro pela Microsoft Portugal.
Em 2012, este professor da Lousã já tinha vencido um fórum mundial da Microsoft, na República Checa, na categoria “Educators’s Choice”, pelo seu método de ensino “Oratio Classroom”, após ter conquistado o segundo lugar num concurso idêntico de âmbito europeu, em Lisboa.
Agora, a multinacional norte-americana fundada por Bill Gates considerou o “Flute Master”, que “resulta de anteriores inovações tecnológicas” da equipa de Carlos Ramalheiro, “a melhor aplicação do ano criada em Portugal desde o lançamento do programa Windows 8”, disse o músico à agência Lusa.
Lançada no mercado há dois meses, pelo preço de 2,99 euros, a nova aplicação já está disponível para “Android”, “MacOS”, “IOS” e “Windows”.
“Apostei toda a minha esperança neste projeto”, afirmou João Ramalheiro, defendendo que o produto “tem tudo para ganhar asas” no mercado global.
Licenciado em Educação Musical pela Escola Superior de Educação de Coimbra, Ramalheiro espera “exportar muito”, com benefícios para toda a sua equipa.
A Insignio Labs emprega atualmente dois engenheiros informáticos e três ‘designers’, ao abrigo de estágios profissionais financiados pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional.
Enquanto docente, João Ramalheiro desenvolveu o método “Oratio Classroom” em 2010, envolvendo 200 alunos de escolas públicas da Lousã, mas também o aplicou no Instituto de Música Moderna e Artes (IMMA).
Ex-Academia de Música da Lousã, o IMMA é outra empresa que criou, ensinando atualmente 70 crianças, cujos professores recorrem ao “Flute Master” nas aulas.
O novo conceito começou por ser “aplicado nos quadros interativos”.
“Mas, na altura, era só para me ajudar a mim. Eu não queria só um videojogo sem valor pedagógico, queria alguma coisa que permitisse contar uma história, levar os alunos ao mundo virtual, onde poderiam divertir-se e ao mesmo tempo aprender”, adiantou.
Segundo João Ramalheiro, o especialista canadiano de videojogos Quill18 já elogiou o “Flute Master”, tendo publicado uma crítica bem-humorada no Youtube.
“Ele achou isto muito divertido”, disse. Tocando numa flauta de bisel que a empresa da Lousã lhe ofereceu, Quill18 explica as vantagens do jogo na aprendizagem.
O instrumento de sopro é representado pela torre de um castelo medieval em cujas janelas tentam entrar vampiros em pleno voo.
“Todas as 27 músicas disponíveis também estão em partitura convencional”, salientou.
O “Flute Master” assegurou o primeiro emprego ao ‘designer’ Tiago Martins e aos outros criativos da Insignio Labs.
O novo ‘software’, segundo Tiago Martins, “procura equilibrar o divertimento e a iniciação musical” na sala de aula.
“É muito mais divertido para as crianças e muito mais apelativo do que uma partitura convencional”, confirmou à Lusa Lara Silva, docente de Educação Musical do IMMA.
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