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Covid-19: Maioria avalia o papel das autarquias como “importante ou muito importante”

Notícias de Coimbra | 5 anos atrás em 16-05-2020

A maioria dos participantes num inquérito sobre o impacto da pandemia da covid-19 na família e na comunidade avaliou o papel das autarquias na resposta à crise como “importante a muito importante”, principalmente no domínio social, 71%.

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“A maioria dos participantes avaliou o papel das autarquias na resposta à crise pandémica como ‘importante a muito importante’ em todos os domínios, principalmente no domínio social (71%), na dimensão ambiental (68%) e na minimização da propagação e apoio no rastreio (67%). O papel dos municípios na dimensão económica foi menos reconhecido (59%)”, de acordo com os resultados preliminares do inquérito do Centro de Estudos de Geografia e Ordenamento do Território (CEGOT) da Universidade de Coimbra (UC).

O inquérito sobre o impacto da covid-19 na família e na comunidade foi feito à população portuguesa, entre os dias 15 de abril e 15 de maio, pelo grupo de investigação em Geografia da Saúde, coordenado por Paula Santana.

Os primeiros resultados revelam que são as pessoas com idade igual ou superior a 60 anos que mais se sentem preocupadas com a sua saúde em geral.

“A população deste grupo é também a que reporta sentir maior preocupação face à possibilidade de vir a ficar infetada, particularmente no caso das mulheres: 68% das mulheres mais velhas (60% dos homens) mostraram-se ‘preocupadas’ e ‘muito preocupadas’, contra 57% (mulheres) e 53% (homens) entre os 40-59 anos, e 49% (mulheres) e 41% (homens) nos 18-39 anos”, indica o estudo.

Quanto às preocupações materiais, laborais e financeiras, estas afetam sobretudo os mais jovens, sendo que o rendimento do agregado familiar ao fim do mês preocupa principalmente as mulheres (50%, contra 43% dos homens na mesma faixa etária).

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A este respeito, apenas 21% das mulheres e 22% dos homens mais velhos expressaram preocupações.

“O mesmo acontece com a possibilidade do desemprego e, em menor grau, com a possibilidade de ter de usar as poupanças para fazer face aos gastos correntes: este último aspeto preocupa 47% dos adultos jovens (tanto mulheres como homens), sendo a preocupação mais baixa nos mais velhos (27% das mulheres e 30% dos homens)”, lê-se no documento.

Os participantes mais jovens no inquérito, com idades entre os 18 e os 39 anos, atribuíram maiores efeitos negativos às medidas de contingência, particularmente as mulheres: 41% das mulheres jovens passaram a dormir pior (contra 20% com 60 ou mais anos), 43% perderam a noção dos dias (contra 25% com 60 anos ou mais), 45% sentem-se mais “ansiosas, angustiadas, deprimidas” (contra 32% com 60 anos ou mais), e 51% sentem-se com maiores níveis de cansaço e fadiga (contra 35% com 60 anos ou mais).

Contudo, “são os homens que declararam sentir-se mais enclausurados (46%) e fartos de estar em casa (66%). Compensam no entanto mais com a sensação de terem mais tempo para ‘cuidar de si próprios e fazer atividades em casa que não tinham disponibilidade de realizar’ (58%, contra 50% das mulheres)”.

Praticamente, a totalidade dos participantes no inquérito afirmou ter reduzido o “contacto físico com pessoas que não vivem” na respetiva habitação (98%), e foram quase 60% aqueles que aumentaram os contactos sociais, com os amigos e a família, através das plataformas sociais.

“Oitenta e três por cento dos participantes declararam ter reduzido o número de deslocações para ‘aquisição de bens essenciais ou serviços’, tendo possivelmente recorrido mais a compras ‘online’”, refere o documento.

Já 72% reduziram as deslocações motivadas pelo trabalho, 59% reduziram as deslocações destinadas a “fazer caminhadas, atividade física ou passear o cão” e 11% dos participantes justificaram ter aumentado o número de saídas à rua tendo como objetivo caminhar ou praticar atividade física ou passear o cão.

Foi, sobretudo nas grandes cidades, que se registou a maior redução nas deslocações diárias: 76% e 67%, respetivamente dos participantes residentes em cidades e em vilas deixaram de se deslocar por motivos de trabalho.

Desde o aparecimento dos primeiros casos de infeção em Portugal, “13% dos participantes afirmaram ter viajado, sendo que a grande maioria foi dentro do território nacional (87%)”.

Os motivos mais comuns foram ficar junto da família, trabalhar (26%), lazer (19%) e assistência a pessoas vulneráveis ou dependentes (ex. com deficiência, filhos, progenitores, idosos) (17%).

Os residentes em grandes cidades viajaram mais, sendo que mais de metade deles (62%) disseram ter viajado para ficar junto da família (42%) e prestar assistência a pessoas vulneráveis ou dependentes.

Estes são os primeiros resultados do estudo, sendo que até ao momento, participaram 1337 pessoas residentes em Portugal.

Do total de participantes, 70% são mulheres e apenas 30% são homens, 45% têm idade compreendida entre 18 e 39 anos, 43% têm entre 40 e 59 anos, e 12% têm 60 anos ou mais.

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