Educação
Associação alerta para creches encerradas devido à pandemia
Algumas creches tiveram de encerrar por incapacidade financeira de se manterem em funcionamento depois da redução significativa de crianças devido à pandemia de covid-19, obrigando muitas famílias a ter de procurar soluções alternativas, alertou a associação representativa do setor.
Depois de dois meses de portas encerradas por decisão do Governo como forma de tentar conter a disseminação do novo coronavírus, as creches e jardins-de-infância preparam-se agora para reabrir na próxima segunda-feira.
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No entanto, alguns destes estabelecimentos já perceberam que não serão capazes de reabrir e optaram por suspender a sua atividade, contou à Lusa a presidente da Associação de Creches e Pequenos Estabelecimentos de Ensino Particular (ACPEEP), Susana Batista.
Um levantamento feito recentemente pela ACPEEP junto dos seus associados revelou que a maioria das famílias não iria colocar já as crianças nas creches e que havia mesmo estabelecimentos que seriam obrigados a abrir portas mesmo não tendo utentes.
Apesar de as creches estarem a aplicar as orientações das Direção-Geral da Saúde para reduzir ao máximo os perigos de contágio de covid-19, há famílias com receio que preferem “esperar para ver como vai correr este recomeço”, explicou Susana Batista.
Com muitos menos crianças ou mesmo sem crianças, “há creches que tiveram de fechar e os pais que tinham as crianças nesses estabelecimentos são agora obrigados a procurar outros espaços”, acrescentou a presidente da associação.
Neste momento, a maioria das creches tem vagas, mas não as pode ocupar porque correspondem a meninos que deverão voltar em breve.
“Existe uma relação de fidelidade e de respeito entre nós e as famílias e por isso não podemos estar a acolher outras crianças”, explicou Susana Batista, defendendo que este problema poderia ser resolvido se o governo continuasse a apoiar as famílias.
Segundo Susana Batista, existem muitas famílias que preferiam continuar em casa com as crianças, mas em junho terão de as deixar na creche, porque o apoio à família atribuído pelo Estado termina no final deste mês.
Neste momento, os educadores e restantes trabalhadores das creches e jardins-de-infância preparam-se para regressar ao trabalho.
Os estabelecimentos de ensino receberam as orientações da Direção-Geral da Saúde assim como um guia prático do Ministério da Solidariedade Social, que está disponível ‘online’ para facilitar a divulgação de questões práticas que foram articuladas com os vários parceiros.
Nos últimos dias, as creches e jardins-de-infância começaram a adaptar os espaços para reduzir ao máximo o contacto entre as pessoas.
Até segunda-feira, dia em que as creches irão abrir as portas, todos os trabalhadores destes estabelecimentos deverão ter realizado o teste de despistagem à covid-19, anunciou esta semana o primeiro-ministro.
Além das creches e jardins-de-infância, todas as restantes escolas até ao ensino superior estiveram encerradas desde 16 de março, como forma de conter a disseminação da covid-19.
As instituições de ensino superior já começaram de forma gradual o retomar a atividade letiva presencial desde o início do mês e, na próxima semana, será a vez das creches e dos alunos do ensino secundário.
Até ao momento, a covid-19 já provocou 1.190 mortes em Portugal, que regista 28.583 infetados, segundo o boletim epidemiológico divulgado hoje pela Direção Geral da Saúde.
Portugal entrou no dia 03 de maio em situação de calamidade devido à pandemia, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência desde 19 de março.
Esta nova fase de combate à covid-19 prevê o confinamento obrigatório para pessoas doentes e em vigilância ativa, o dever geral de recolhimento domiciliário e o uso obrigatório de máscaras ou viseiras em transportes públicos, serviços de atendimento ao público, escolas e estabelecimentos comerciais.
O Governo deverá aprovar hoje novas medidas para entrarem em vigor na segunda-feira, incluindo as visitas a lares, a reabertura das creches e dos equipamentos sociais de apoio à deficiência, aulas presenciais para os 11.º e 12.º anos, e a reabertura de algumas lojas de rua, cafés, restaurantes, museus, monumentos e palácios.
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