Governo
Primeiro-ministro destaca esforço dos portugueses e “notável trabalho” dos profissionais de saúde
O primeiro-ministro, António Costa, afirmou hoje que “graças ao esforço de contenção e disciplina” dos portugueses e do “notável trabalho” dos profissionais de saúde foi possível que a pandemia evoluísse num sentido positivo ao longo destes dois meses.
“Estas últimas semanas têm parecido uma eternidade, mas a verdade é que no próximo sábado passam dois meses desde que foi diagnosticado em 02 de março o primeiro caso de covid-19 em Portugal”, afirmou António Costa na conferência de imprensa, no final do Conselho de Ministros, após o Governo aprovar o plano de transição do estado de emergência para o estado de calamidade.
O primeiro-ministro começou por explicar porque é que o Governo mudou o estado de emergência, que cessa no sábado, para o estado de calamidade, que tem início no domingo.
“Ao longo destes dois meses foi possível ir acompanhando o dia-a-dia, a evolução desta pandemia e graças ao esforço de contenção e disciplina dos portugueses e do notável trabalho de todos os profissionais de saúde foi possível que a pandemia registasse uma evolução num sentido positivo ao longo destes dois meses”, sublinhou.
O chefe do Governo recordou que, quando foram adotadas as primeiras medidas, Portugal tinha “o risco de uma curva de crescimento exponencial” da pandemia que “contrasta claramente” com a evolução do número de casos efetivos que têm sido registados país.
Ao longo deste período, salientou, foi também possível verificar-se “uma redução significativa do risco de transmissibilidade da doença que chegou a atingir um valor de 2,53”, o que quer dizer que uma pessoa infetada podia contaminar pelo menos “mais duas pessoas e meia”.
Nos últimos cinco dias, o risco de transmissibilidade da doença tem tido uma média de 0,92 e “todas as regiões do país têm neste momento um R0 abaixo de 1, ou seja, o risco de cada doente contaminar outra pessoa é de 0,92”.
Segundo o primeiro-ministro, esta diminuição do risco também tem sido evidenciada pela evolução da curva dos casos diagnosticados e notificados: “Durante longo período, a tendência foi ascendente e agora consistentemente tem vindo a ter uma tendência decrescente”.
“A partir de meados de março fomos tendo uma quebra significativa da tendência de novos casos notificados”, que têm continuado a diminuir, apesar ter “aumentado muito significativamente ao longo deste período o número de testes realizados”.
Se acordo com o governante, a percentagem de casos positivos relativamente aos testes realizados é neste momento de 5,5%.
“Isto significa que o número de pessoas que são testadas por terem sintomas, por terem receio ou por terem tido algum contacto com alguém contaminado é muitíssimo superior ao número de pessoas que efetivamente têm estado contaminadas”, salientou.
Esta evolução é também consistente com a evolução do número de casos internados por covid-19, que atingiu “o valor máximo de 1.302 pessoas no dia 15 de abril”, tendo vindo a diminuir consistentemente desde então.
Também o número de internados nos cuidados intensivos tem vindo a descer de forma consistente ao longo destas últimas semanas, disse António Costa, destacando também a estabilização do número de óbitos e o aumento de “forma consistente” do número de doentes recuperados.
“Se olharmos para o número mais trágico desta pandemia que é o número de óbitos verificados, nós também podemos constatar, com oscilações naturalmente diárias que atingimos já uma estabilização no número de óbitos que têm vindo a ser verificados”, vincou.
“Perante esta realidade, o senhor Presidente da República entendeu e o Governo apoiou que não se justificava renovar mais uma vez o estado de emergência”, sublinhou António Costa.
Portugal regista hoje 989 mortos associados à covid-19, mais 16 do que na quarta-feira, e 25.045 infetados (mais 540), indica o boletim epidemiológico divulgado hoje pela Direção Geral da Saúde.
O país vai entrar em situação de calamidade a partir de domingo, depois de ter estado em estado de emergência desde 18 de março.
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