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Setor dos casamentos reclama “medidas urgentes” para viabilizar atividade

Notícias de Coimbra | 5 anos atrás em 29-04-2020

O setor dos casamentos reclama “medidas concretas, urgentes e objetivas” que permitam à atividade reorganizar-se no contexto da pandemia, alertando estarem em causa “milhares de empregos” numa indústria que fatura mais de 900 milhões de euros em Portugal.

Imagem ilustrativa

“O setor precisa de reorganizar-se, de preparar toda a sua estrutura para receber noivos em segurança e celebrar casamentos e de recuperar a confiança dos noivos que viram os seus sonhos desmoronar perante uma pandemia mundial. E precisa de medidas concretas e objetivas para corresponder às novas exigências”, lê-se num comunicado divulgado hoje pela Exponoivos.

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Segundo os promotores deste evento, “o impacto da covid-19 na indústria do casamento pode ser devastador para as empresas, caso não sejam tomadas medidas concretas e urgentes que permitam recuperar a confiança dos noivos e que viabilizem os casamentos, mantendo as tradições a que os portugueses estão habituados”.

Num contexto em que “32,1% dos casamentos foram adiados para o segundo semestre de 2020, 22,5% para 2021 e 6,4% foram cancelados”, segundo dados da Belief Wedding Creators citados no comunicado, o setor – que diz contribuir com 0,5% para o produto interno bruto (PIB) nacional, faturando mais de 900 milhões de euros e agregando “milhares de empresas e empregos” em mais de 40 subsetores de atividade – afirma estar atualmente em “pausa absoluta” e “à espera de respostas”.

“Este é um setor de afetos e, como tal, os ‘players’ da indústria carecem de respostas”, sustenta a Exponoivos, destacando entre as principais preocupações questões relativas à organização das estruturas para manter a segurança de colaboradores e noivos, aos protocolos de segurança a implementar e ao modo de celebração de eventos como casamentos, batizados ou bodas de ouro “sem toque, sem festa, sem proximidade”.

“Como vamos receber o cliente à porta fechada? Como manter a liquidez das empresas com a atividade parada durante meses? Haverá forma de testar covid aos convidados à chegada à festa?” são outras das questões colocadas pelos intervenientes no setor, que se interrogam ainda se devem “adiar os casamentos até ao fim do ano” ou, pelo contrário, mantê-los, “mas restringir o número de convidados”.

Apesar de “unidos e a partilhar ideias entre si para dar a volta às condicionantes e reinventar toda a forma de operar no setor”, os ‘players’ da indústria do casamento lamentam estar “a preparar-se de forma autodidata, sem linhas orientadoras superiores”.

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“Por outro lado – acrescentam – os noivos também precisam de respostas e de sentir confiança no setor”: “Milhares de noivos adiaram os seus casamentos, milhares de noivos estão perdidos sem saber o que fazer. Se adiam, se mantém as datas. Se adiam, para quando”, sustentam.

Depois de em 2018 se ter assistido a um novo aumento do número de casamentos em Portugal, para um total de 34.637, os profissionais do setor dizem estar “a fazer os possíveis para que os noivos adiem para datas alternativas ainda em 2020, caso contrário a indústria será gravemente penalizada”, e apontam como “as novas apostas” os casamentos durante a semana ou no inverno.

“Mas o setor não trabalha apenas o mercado nacional”, destacam, avançando que, se foram consideradas as perdas associadas aos casamentos de estrangeiros em Portugal, “facilmente se percebe a importância desta indústria para economia do país”.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 217 mil mortos e infetou mais de 3,1 milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Perto de 860 mil doentes foram considerados curados.

Em Portugal, morreram 973 pessoas das 24.505 confirmadas como infetadas, e há 1.470 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.

Face a uma diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios, alguns países começaram a desenvolver planos de redução do confinamento e em alguns casos a aliviar diversas medidas.

Portugal vai terminar no sábado, 02 de maio, o terceiro período de 15 dias de estado de emergência, iniciado em 19 de março, e o Governo deverá anunciar na quinta-feira as medidas para continuar a combater a pandemia.

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