Um incêndio no sobrelotado campo de refugiados na ilha de Samos, na Grécia, deixou hoje cerca de 200 requerentes de asilo sem abrigo, com muitas tendas destruídas, informou o Ministério das Migrações grego.
“Cerca de 200 pessoas estão desabrigadas”, disse o secretário-geral do ministério, Manos Logothetis, à agência de notícias AFP.
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Segundo relatos iniciais, não houve vítimas.
O incêndio começou na noite de domingo “durante brigas dentro do campo, entre requerentes de asilo”, especificou Manos Logothetis.
Segundo o site da organização não-governamental (ONG) Voluntários Samos, dois incêndios sucederam-se em Samos: um primeiro “atrás das instalações médicas” e um segundo à noite durante o qual “muitos contentores e barracas pegaram fogo”.
Hoje, um novo incêndio ocorreu durante brigas entre migrantes de línguas africana e árabe no campo, segundo uma fonte policial local.
“Os incidentes começaram na noite de domingo, o fogo foi apagado à meia-noite, mas hoje há mais tensão e pedras foram lançadas entre os migrantes”, disse um responsável da polícia local.
As forças de choque foram destacadas e sete pessoas foram presas, disse a fonte.
Como todos os campos nas cinco ilhas do Mar Egeu, em frente à Turquia, o campo de Samos está sobrelotado, com cerca de 7.000 pessoas, para uma capacidade de apenas 650 lugares.
A tensão nos campos de Lesbos, Samos, Chios, Leros e Kos, que abrigam um total de 19.300 pessoas, seis vezes mais do que a sua capacidade, não parou de aumentar nas últimas semanas, especialmente desde o confinamento imposto para conter o novo coronavírus.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e muitas ONG pediram ao Governo grego para descongestionar esses campos e transferir os requerentes de asilo para a Grécia continental.
Mas devido ao confinamento geral estendido até 04 de maio, o Governo disse que o plano de transferir 2.300 solicitantes de asilo planeados para abril seria adiado.
No início de abril, outro incêndio ocorreu no campo de Quios durante uma briga entre migrantes após a morte de uma iraquiana de 47 anos. O incêndio destruiu instalações e contentores de serviços de asilo na Europa.
Segundo alguns requerentes de asilo, a morte deste refugiado ocorreu devido ao novo coronavírus, mas as autoridades não o confirmaram.
Quase 200 requerentes de asilo testaram positivo para a covid-19 em instalações na Grécia continental. Nenhum teste de despistagem foi realizado nas ilhas.
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