Saúde
Covid-19: Alerta para aumento de casos graves e mortes entre doentes mais novos
A Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou hoje para o aumento de casos de pessoas doentes com covid-19 mais novas que acabam nos cuidados intensivos ou por morrer, uma tendência para a qual ainda não há explicação.
“Há cada vez mais pessoas dos grupos etários mais jovens, nas faixas dos 30, 40 ou 50 anos, que estão nos cuidados intensivos e que estão a morrer”, afirmou em conferência de imprensa na sede da organização, em Genebra, a diretora do programa de emergências sanitárias da OMS, Maria Van Kerkhove.
Salientou que isso não significa uma mudança no padrão da doença, que continua a afetar mais gravemente pessoas com mais idade e que tinham problemas prévios antes de serem contagiadas com o novo coronavírus.
“Ainda falta algum tempo antes de entendermos como é a mortalidade nos diferentes países”, afirmou, considerando que é “difícil e enganador” comparar a a taxa de letalidade entre países em fases diferentes da doença.
A taxa de letalidade calcula-se dividindo o número de pessoas que morreram pelo número de casos confirmados e há “diferenças significativas” no que os países estão a fazer para detetar casos, como os critérios que seguem para fazer testes.
O diretor geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, defendeu que é preciso levantar as barreiras financeiras que existam ao acesso de pessoas aos cuidados de saúde, argumentando que os países que não o fizerem estarão a “prejudicar-se a si próprios e a colocar a sociedade em risco”.
É preciso suspender as taxas de acesso aos cuidados de saúde e garantir testes gratuitos a toda a gente, tenham ou não seguros de saúde, e independentemente do seu estatuto de cidadão, refugiado ou migrante, defendeu.
Tedros Ghebereyesus reforçou ainda o apelo para que o combate à pandemia não desvie atenção de outros aspetos essenciais da saúde mundial, como a erradicação de doenças como a poliomielite, para as quais é preciso continuar as campanhas de vacinação.
O diretor da OMS alertou ainda para que as autoridades de cada país garantam o combate à violência doméstica, cujo risco aumenta com a necessidade de isolamento social e que pode afetar, sobretudo, “mulheres em relações abusivas e crianças” que se veem privadas de contactos sociais.
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