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Tribunal nega liberdade condicional a Assange apesar de ameaça de infeção
Um tribunal britânico negou hoje dar liberdade condicional a Julian Assange, processado pelos Estados Unidos pelas revelações que fez no portal WikiLeaks, apesar do receio de que seja infetado pela covid-19 em Londres, onde está em prisão preventiva.
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A juíza Vanessa Baraitser, do Tribunal de Magistrados de Westminster, rejeitou o pedido dos advogados do australiano para que recebesse liberdade condicional com argumento de que o seu cliente está com problemas de saúde após quase 10 anos em cativeiro sem ser condenado.
De acordo com os advogados, Julian Assange pode facilmente ser infetado o novo coronavírus no centro de alta segurança de Belmarsh, colocando em risco a sua vida e a daqueles que o rodeiam.
O pedido dos advogados de Assange, que irá enfrentar a segunda fase do seu julgamento de extradição em maio, surge depois de o Governo britânico ter admitido libertar temporariamente alguns presos para reduzir a incidência de Covid-19 nas prisões do país.
Se for extraditado para os Estados Unidos, Assange, de 48 anos, enfrentará 18 acusações de crime, 17 das quais abrangidas pela Lei de Espionagem, podendo incorrer numa pena de até 175 anos de cadeia, nomeadamente por ter, alegadamente, ajudado Chelsea Manning, oficial de informação das Forças Armadas dos EUA, a divulgar centenas de documentos confidenciais do Departamento de Estado.
A equipa de defesa de Assange, liderada pelo espanhol Baltasar Garzon, nega que as acusações remetam para questões de espionagem e procura colocar a matéria ao nível da liberdade de imprensa e de direito de informar, enquanto alerta para as frágeis condições de saúde do fundador do Wikileaks.
A defesa diz ainda que os documentos revelados expuseram irregularidades militares dos EUA, nomeadamente um vídeo de um ataque com um helicóptero Apache de 2007 pelas forças americanas em Bagdad que matou 11 pessoas, incluindo dois jornalistas da Reuters.
Organizações de jornalismo e grupos de liberdades civis, incluindo a Amnistia Internacional e a Repórteres Sem Fronteiras, dizem que as acusações contra Assange estabelecem um precedente para a liberdade de imprensa.
O ativista foi preso em abril de 2019, depois de ter estado sete anos exilado na embaixada do Equador em Londres, onde se refugiou após ter violado as condições de fiança, enfrentando agora a possibilidade de extradição para os Estados Unidos.
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