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Padarias “a meio gás” pedem “mais tempo” ao Governo para cumprir obrigações

Notícias de Coimbra | 5 anos atrás em 17-03-2020

 As padarias estão a trabalhar “a meio gás”, com quebras de vendas, mas cientes de que o pão é um bem essencial, e pedem “mais tempo e ajuda” para cumprir obrigações fiscais e bancárias face à situação de pandemia.

“O setor está de pantanas e altamente preocupado. Se fecham as padarias, não sei como é que vai ser”, disse à agência Lusa a secretária-geral da Associação do Comércio e da Indústria de Panificação, Pastelaria e Similares (ACIP).

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Afirmando que “as padarias estão a funcionar a meio gás e porque têm respeito pelos clientes, que precisam de pão”, Graça Calisto diz que há “bastantes estabelecimentos já fechados, alguns por opção, outros por falta de clientes e outros por falta de trabalhadores”.

Em muitos casos, diz, “faltam funcionários, que têm medo de ir ou têm filhos menores”, até porque o setor é sobretudo constituído por “empresas familiares, em que alguém tem de ficar em casa com os filhos”.

Quanto à procura de pão, a dirigente associativa diz que “não tem aumentado”, até pelo contrário.

“Há muito menos clientes e compram pão para dois ou três dias para não irem várias vezes ao estabelecimento. E diminuindo os clientes, diminuem as vendas. Isto está muito complicado”, sustenta.

Salientando que o setor produz “um bem essencial, que é a base da alimentação de muita gente, sobretudo nas aldeias”, a secretária-geral da ACIP diz que a associação está “a preparar um pedido de ajuda ao Governo”, em “moldes e termos a decidir até ao final da semana”.

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“Neste momento o que os industriais pedem é tempo e ajuda para poderem pagar todos os compromissos assumidos. Necessitam de tempo, de mais tempo, precisam que os bancos deem mais tempo, que o IVA dê mais tempo, que o IRC dê mais tempo, precisam de mais tempo para os encargos com a Segurança Social. Ninguém quer ficar dever nada a ninguém, queremos é tempo para poder fazer face à crise”, sustenta.

Com “as mesas dos estabelecimentos vazias”, Graça Calisto questiona quais as opções das padarias: “Se não conseguirmos fazer face à crise o que vamos fazer? Despedir os trabalhadores? Não pagamos ordenados? O que é que pagamos primeiro, os ordenados aos trabalhadores, à Segurança Social, os empréstimos ou as rendas?”, interroga.

Segundo dados avançados pela ACIP, o setor português da panificação é constituído por cerca de 8.000 empresas, sobretudo microempresas, que dão emprego a 120 mil trabalhadores.

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