Coimbra
Grupo da Lousã fatura anualmente mais de 60 milhões de euros em produtos de higiene
O grupo Socigene, da Lousã, distrito de Coimbra, que opera na área dos produtos de higiene, está a crescer 10% ao ano para o setor Horeca (hotéis, restaurantes e cafés), tendo faturado 62 milhões de euros em 2019.
Criada em 1991 por Paulo Lobo Correia para comercializar produtos de higiene (compra e venda), a Socigene transformou-se num grupo que integra mais três empresas – Trevipapel (transformação de papel), Moviestrada (logística) e Paper Prime (produção de bobines de papel) – e emprega cerca de 240 pessoas.
“Temos vindo a crescer dois dígitos, na ordem dos 10%, e exportamos cerca de 49% da produção para a América do Sul, costa de África e Europa”, disse à agência Lusa o empresário Paulo Lobo Correia, proprietário e gestor do grupo do distrito de Coimbra, um dos mais bem posicionados do ranking empresarial da região Centro.
A Trevipapel exporta ainda para o Chile, Marrocos e Togo e iniciou em outubro de 2019 a entrada no grande mercado da distribuição de grande consumo (linha doméstica), após avultados investimentos de aproximadamente 52 milhões realizados nos últimos três anos e meio nas suas empresas.
O grupo produz uma vasta gama de produtos de higiene e limpeza, que vão desde os guardanapos, rolos de papel higiénico doméstico e industrial, toalhas de mesa, toalhas de mão, rolos industriais ou de limpeza de mãos, que são vendidos a clientes para a revenda, através de uma marca própria, chamada Joker e comercializada no mercado interno e externo.
“No início, comprava a pequenos transformadores de papel, para vender, mas com o passar do tempo ampliei as instalações e instalei uma unidade transformadora de papel ‘tissue'”, recordou Paulo Lobo Correia.
Com o crescimento e exigências do mercado, o empresário montou uma fábrica de papel ‘tissue’, “localizada estrategicamente, para poder receber a matéria-prima – pasta líquida – e com o conhecimento adquirido ao longo destes anos e assim garantir a melhor qualidade”.
A Paper Prime, instalada em Vila Velha do Ródão, produz as bobines de papel, que depois a Trevipapel [na Zona Industrial Alto do Padrão, na Lousã] transforma em produtos de higiene para o setor Horeca, foi o último projeto a avançar, tendo entrado em atividade em abril de 2017.
“Este projeto foi desenvolvido em Vila Velha de Ródão para estarmos próximo do fornecedor de pasta de papel, que recebemos em estado líquido por ‘pipeline’, evitando custos logísticos e de estocagem e beneficiando de algum custo de produção em energia”, disse o empresário lousanense, de 53 anos.
A unidade representou um investimento de 35 milhões de euros, com ajudas reembolsáveis do Sistema de incentivos à Inovação do Programa Operacional Competitividade e Internacionalização no valor de 15 milhões de euros, provindo a cobertura financeira restante de capitais próprios e apoio bancário.
No seguimento deste investimento, que foi considerado Projeto de Interesse Nacional (PIN), a Socigene passou a ser a ‘holding’ (empresa mãe), detendo todas as empresas do grupo.
Na Paper Prime, o grupo acaba de executar um projeto de 3,6 milhões na área das energias renováveis, que consistiu na construção da segunda maior estação de painéis fotovoltaicos para produção de energia para autoconsumo e redução de emissões gasosas para o ambiente.
Segundo Paulo Correia, a estratégia de desenvolvimento passa por crescer cada vez mais na transformação de produtos e alavancar os mercados em que está atualmente, através da marca registada Joker.
Além da entrada no grande mercado da distribuição, prevê em 2022 mais do que duplicar a capacidade de produção de bobines de papel em Vila Velha do Ródão, passando das atuais 33 mil toneladas para 100 mil.
A gestão e propriedade do grupo Socigene assenta numa base familiar, que inclui a esposa e os dois filhos de Paulo Correia, com mestrados em gestão e análise financeira e direção comercial e marketing, respetivamente.
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