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CHUC quer reforçar aposta no mercado lusófono
O Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, que ficou em primeiro lugar no ranking dos hospitais públicos portugueses, pretende usar o “reconhecimento da excelência” como alavanca para a internacionalização, disse hoje o seu presidente.
O resultado do ranking realizado por um investigador da Escola Nacional de Saúde Pública reflete “o empenho, a ambição e qualidade dos profissionais” do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), afirmou à agência Lusa José Martins Nunes, presidente do conselho de administração.
O reconhecimento da “capacidade” do hospital, aliada à aposta do país na internacionalização, criou as condições para o CHUC “avançar e apostar na internacionalização”, sendo o mercado lusófono uma das prioridades elencadas por José Martins Nunes.
“Estamos seriamente interessados em criar parcerias com Angola, com Moçambique e com Cabo Verde”, podendo estas parcerias desenvolverem-se, “não só no aspeto assistencial, mas também no aspeto de formação e até na área científica e na área da investigação”, explicou.
Das especialidades que poderão ser internacionalizadas, José Martins Nunes destacou a cirurgia cardíaca, a transplantação hepática e renal, a cardiologia de intervenção e a cirurgia da epilepsia, como “áreas de ponta”, onde não há lista de espera, e que poderão resultar “em parcerias e sinergias com os países de língua oficial portuguesa”.
Esta aposta insere-se numa visão, segundo o próprio, de um hospital não apenas de serviços, “mas também de produtos”, procurando internacionalizar “o conhecimento”.
Por agora, as receitas com a internacionalização situam-se entre os “três e quatro milhões de euros”, pretendendo que o valor aumente para “20 milhões”, entre 2015 e 2016, de forma a “representar 3% a 5% do orçamento do hospital”.
De momento, o hospital já tem algumas parcerias firmadas, como é o caso da formação de parteiras angolanas, numa parceria com o Ministério da Saúde de Angola.
Este programa de formação, que foi celebrado em julho de 2013, já formou 16 parteiras, estando previsto, de acordo com Diana Breda, coordenadora do Núcleo de Internacionalização do CHUC, a formação de mais 120 profissionais.
No futuro, o CHUC quer “diversificar mais a formação, não só com enfermeiras, mas com outros profissionais de saúde, como médicos, ou até na formação de equipas”, explicou.
Diana Breda disse ainda que o hospital aposta também na área da consultoria especializada na saúde, nomeadamente na redução da taxa de mortalidade materna e infantil, e candidatou-se recentemente a um projeto de conceção e gestão de um hospital na Argélia.
Criado em 2011, o CHUC agrega os hospitais da Universidade de Coimbra e Geral (vulgarmente conhecido por Hospital dos Covões), as maternidades Daniel de Matos e Bissaya Barreto, o Hospital Pediátrico e o Centro Hospitalar Psiquiátrico de Coimbra.
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