Governo

Governo quer apostar no apoio ambulatório e em residências para saúde mental

Notícias de Coimbra | 11 anos atrás em 11-02-2014

O secretário de Estado Adjunto do ministro da Saúde afirmou hoje, em Coimbra, que o Ministério da Saúde quer reforçar o apoio ambulatório, residências e unidades de cuidados continuados diferenciadas para a saúde mental.

“Queremos mais residências a dar mais apoio para resolver o problema da institucionalização prolongada e uma maior prevenção e antecipação de problemas de saúde mental”, defendeu Fernando Leal da Costa, à margem de uma visita ao serviço de Psiquiatria do Centro Hospital e Universitário de Coimbra (CHUC).

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Segundo o secretário de Estado, é “absolutamente necessário” o desenvolvimento de unidades de cuidados continuados para “prosseguir o Programa de Saúde Mental”, pretendendo um programa com “um caráter comunitário e sócio-terapêutico”.

Apesar de admitir que “as verbas são sempre insuficientes”, o secretário de Estado afirmou que o Ministério pretende dar “uma atenção redobrada à saúde mental nos próximos dois anos”, tendo um acréscimo de verbas, não especificando quanto.

A reforma na saúde mental tem sofrido algumas críticas, tendo o psiquiatra Afonso de Albuquerque considerado, em 2013, que as atuais reformas na saúde mental têm como “efeito perverso final” o “aumento real” da discriminação dos doentes e “crescentes dificuldades” no tratamento dos doentes mais graves.

Em 2014, o Governo pretende também que o Programa de Saúde Mental consolide “os projetos piloto” de intervenção comunitária, numa ligação entre médicos especialistas e médicos de clínica geral nos centros de saúde.

Foi em torno desses mesmos projetos que foi assinado, entre a Administração Regional da Saúde do Centro, o Ministério da Saúde e o CHUC, um protocolo para uma formalização e reforço da psiquiatria comunitária.

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Esse mesmo protocolo prevê um acompanhamento dos doentes, através de uma ligação entre médicos de clínica geral nos centros de saúde de 11 concelhos da região Centro e médicos especialistas, nomeadamente psiquiatras, do CHUC, explicou António Reis Marques, diretor do Serviço de Psiquiatria desse mesmo centro hospitalar.

O protocolo prevê “uma facilitação do acesso dos doentes aos cuidados de saúde mental”, mantendo as pessoas “junto das suas famílias e dos seus locais de trabalho”, de forma “a não serem doentes para sempre”, disse.

A psiquiatria, segundo Reis Marques, “era uma especialidade médica escondida e longe dos hospitais”, procurando, com este protocolo, um melhor acompanhamento dos doentes, a partir de uma deslocação dos médicos especialistas aos centros de saúde, quando necessária.

Desta forma, os doentes “não são estigmatizados nem isolados”, permitindo um “apoio local”.

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