O Ministério da Saúde assumiu o lapso de ter informado o primeiro-ministro quanto ao tempo de espera para a consulta de cardiologia no Centro Hospitalar de Tâmega e Sousa, que António Costa usou hoje no debate quinzenal.
Em resposta, hoje no parlamento, a uma pergunta da líder parlamentar do CDS-PP, Cecília Meireles, que criticou o tempo de espera para a primeira consulta de cardiologia de 1.482 dias no hospital de Padre Américo, Costa contestou o dado, porque se encontrava “desatualizado” e o número certo ser 593 dias.
Quatro horas depois, o Ministério da Saúde corrigiu a informação, afirmando que esse número se refere não ao número de dias, mas sim ao número de doentes à espera de primeira consulta de cardiologia há mais de um ano.
“Efetivamente, o valor refere-se ao número de doentes à espera de primeira consulta de cardiologia há mais de um ano, que, em dezembro de 2018, era de 1.096 tendo passado para 593, em outubro de 2019”, lê-se no comunicado.
O ministério “esclarece que, por lapso, informou o primeiro-ministro que os dias de espera no Centro Hospitalar de Tâmega e Sousa, E.P.E. para consulta na especialidade de Cardiologia tinham baixado para 593 dias”.
Por fim, avança os números quanto ao “tempo médio de espera dos utentes em lista para primeira consulta hospitalar desta especialidade” tem vindo “a diminuir, sendo de 902 dias em março de 2019 e de 810 dias em outubro de 2019”.
No frente a frente do CDS-PP com o primeiro-ministro, hoje no debate quinzenal, no parlamento, dominado pelo tema da saúde, e depois de António Costa dizer que os tempos de espera de consultas estavam estáveis, Cecília Meireles citou o caso do hospital de Padre Américo, onde a espera pela consulta de cardiologia é de 1.482 dias.
E questionou o que diria o primeiro-ministro a um utente, se “lhe dará conforto” dizer que o tempo de espera “está estável”.
Antes de terminar o debate, a líder parlamentar centrista questionou a mesa para saber se poderia distribuir “o documento” que prova que esse tempo de espera é de 1.492 dias, ao que António Costa respondeu com os números mais recentes para dizer que o tempo de espera é de 593 dias, horas mais tarde corrigidos pelo ministério.