Governo

Ministra da Coesão Territorial defende alteração dos critérios de criação de serviços no Interior

Notícias de Coimbra | 5 anos atrás em 27-11-2019
 

A ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, disse hoje que o país precisa de alterar os critérios de criação de serviços públicos para inverter a perda de população nos territórios do interior.

Ana Abrunhosa 

“Enquanto no país não mudarmos os critérios que presidem à criação dos serviços, e que presidem ao que quer que seja, os territórios do Interior vão sair sempre a perder”, afirmou Ana Abrunhosa, na Guarda, na sessão comemorativa do Dia da Cidade.

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Segundo a ministra, a “primeira coisa” a fazer no país é “alterar os tradicionais critérios que levam à criação de tribunais, que levam à ampliação de centros de saúde, escolas, porque não há desenvolvimento do Interior enquanto forem estes os critérios a presidir às decisões políticas”.

“É a primeira grande mudança que temos que fazer, sob pena de termos um país abandonado, mas depois o preço que pagamos por esse abandono é bem mais elevado. Lembremo-nos dos incêndios, apenas”, concluiu a governante no seu discurso.

No final da sessão, em declarações aos jornalistas, Ana Abrunhosa referiu que para a criação de serviços o critério considerado é, “em geral”, o critério da população.

“Se continuar a ser esse critério da população a presidir à escolha do local dos serviços, estes territórios [do Interior] estão sempre condenados e, portanto, vão estar sempre a perder população, nunca vamos conseguir contrariar este círculo vicioso”, justificou.

Daí que, na sua opinião, “os critérios têm que mudar”, até porque os territórios do Interior “dão muito ao país”.

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“Dão a boa água, dão o bom ar, dão os bons alimentos e, portanto, o país tem uma dívida com estes territórios”, rematou.

Na sua intervenção, Ana Abrunhosa referiu ainda que o Governo tem um Ministério para a Coesão Territorial “para garantir que o Interior está próximo, que o Interior tem uma voz, que o Interior será ouvido”.

Disse ainda que o Interior “é muito diverso” e afirmou que não acredita que “seja só com medidas transversais”, como a redução das portagens nas autoestradas e dos impostos para as famílias e para as empresas, que seja alterada a realidade atual dos territórios mais desfavorecidos.

“Elas [as medidas] são importantes, não estou com isto a dizer que não as defendo, mas acredito que é olhando para cada território ‘per si’, tendo em conta as suas especificidades. Também não acredito que é com 100 projetos ou 100 anúncios que conseguimos alterar a realidade. É um passo de cada vez”, declarou.

E, a rematar, a titular da pasta da Coesão Territorial afirmou: “Mas uma coisa eu acredito: é que a transformação, a revitalização destes territórios, tem que ter como âncora estas cidades [como a Guarda]. E, depois, também não podemos esquecer os territórios rurais, para os quais temos que ter projetos concretos”.

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