Coimbra
Orquestra Clássica do Centro recebe 408 000 euros
Os resultados definitivos do concurso de Apoio Sustentado da Direção-Geral das Artes, na área da Música, para 2020-2021, contemplam 15 estruturas, com cerca de 2,7 milhões de euros, sem alteração dos resultados provisórios divulgados em outubro.
De acordo com os resultados definitivos do programa bienal, publicados hoje pela Direção-Geral das Artes (DGArtes), as estruturas contempladas com mais verbas são a Musicamera, da Área Metropolitana de Lisboa, responsável por iniciativas como o Festival CriaSons, que receberá um financiamento total de cerca de 419 mil euros, em 2020-2021, e a Orquestra Clássica do Centro, de Coimbra, com um total aproximado de 408 mil euros, para o mesmo período.
A Orquestra de Câmara Portuguesa, baseada em Lisboa, e a Associação Eborae Musica, de Évora, surgem com apoios na casa dos 212 mil euros, para o biénio, seguindo-se depois mais seis entidades com financiamentos entre os 150 mil e os 177 mil euros, nomeadamente a Audivi Vocem e a Sonoscopia, da Região Norte, a Quadrivium, da ilha de São Miguel, nos Açores, e a associação da Orquestra Divino Sospiro, a associação Darcos e o Sond’Art Electric Ensemble, da Área Metropolitana de Lisboa.
Entre os cem mil e os 150 mil euros totais, para 2020-2021, encontram-se a Banda Musical de Amarante (Região Norte) e Os Músicos do Tejo, orquestra e associação cultural, da região de Lisboa.
Com financiamentos inferiores a cem mil euros, a aplicar nos dois anos a que o concurso diz respeito, estão a associação Cultural Sete Sóis Sete Luas, do Alentejo, os Cursos Internacionais de Música de Óbidos, da Região Centro, e a Associação Harmonyrails, da Região Norte.
No total, as 15 estruturas repartem entre si, durante os anos de 2020 e 2021, um valor próximo dos 4,77 milhões de euros, obtendo, porém, financiamentos inferiores aos montantes solicitados para a sua atividade, nos próximos dois anos.
Em 11 de outubro, quando foram conhecidos os resultados provisórios, os júris dos concursos alertaram para a insuficiência dos montantes disponíveis, em função das candidaturas, segundo as atas enviadas à DGArtes.
Na área da música, das 25 entidades consideradas elegíveis para apoio, apenas 15 o obtiveram, ficando de fora projetos como a Casa Bernardo Sassetti, o Movimento Patrimonial pela Música Portuguesa, o DSCH – Schosttakovich Ensemble e a Academia de Amadores de Música.
Para os júris dos diferentes concursos, de acordo com as suas declarações, as determinações financeiras revelaram-se “desajustadas face à qualidade e diversidade das candidaturas (…) e aos montantes solicitados para apoio”.
Segundo os resultados anunciados em 11 de outubro pela DGArtes, só 60% das candidaturas elegíveis para apoio pelos júris o deverão receber, no quadro dos Concursos Sustentados Bienais 2020/2021.
Este número traduz-se em 102 candidaturas, de diferentes entidades, com apoio garantido, deixando sem financiamento 75 de um total de 177 candidaturas, reconhecidas como elegíveis, em “qualidade e diversidade”, pelos júris de todas as áreas.
Na segunda-feira foram conhecidos os resultados definitivos do Programa de Apoio Sustentado 2020-2021, à criação, na área das Artes Visuais, que contemplam três entidades, com um financiamento total de 550 mil euros. Na terça-feira, foram divulgados os resultados na área do Circo e Artes de Rua, com duas entidades, e um valor global de 500 mil euros de apoio.
Na área do Teatro, que mobiliza o maior número de candidaturas – 62 no total de 177 elegíveis -, apenas 27 conseguiram apoio, com um valor global aproximado de 4,9 milhões de euros.
No domínio da criação, estão ainda por anunciar os apoios nas áreas da Dança.
O período de contestação dos resultados provisórios (fase de audiência de interessados) terminou no passado dia 25 de outubro.
Na altura, a Plataforma Cultura em Luta, que marcou para hoje uma conferência de imprensa sobre os concursos, anunciou que voltará aos protestos de rua quando o Governo apresentar o Orçamento do Estado para 2020, para exigir mais financiamento para o setor, e um novo sistema de apoio às artes.
Uma semana antes, cerca de 30 artistas entregaram ao primeiro-ministro, António Costa, cartas de contestação dos resultados provisórios dos concursos de apoio às artes.
A própria DGArtes já defendeu a necessidade de melhorar e corrigir o atual modelo de apoio e a ministra da Cultura, Graça Fonseca, admitiu a necessidade de uma “revisão crítica” do modelo.
- Na terça-feira, a comissão parlamentar de Cultura e Comunicação aprovou por unanimidade o requerimento apresentado pelo Bloco de Esquerda para ouvir Graça Fonseca sobre os concursos, “com caráter de urgência”
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