Portugal

Presidente da República lamenta morte da fadista Argentina Santos

Notícias de Coimbra | 5 anos atrás em 18-11-2019

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, lamentou hoje a morte de Argentina Santos, destacando o percurso da fadista e apresentando as condolências à família.

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Numa nota divulgada no ‘site’ da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa começa por referir que Argentina Santos, “lisboeta da Mouraria, ainda jovem abriu um restaurante e casa de fados, A Parreirinha de Alfama”, e, depois de cantar “uma noite a pedido, numa desgarrada”, nunca mais “deixaram de lhe pedir que cantasse”.

“Começou a gravar em 1953, e se não deixou muitos discos, teve uns quantos sucessos, de fado castiço sobretudo, e contou com a admiração dos pares, que muitas vezes a convidaram para concertos seus”, escreve o chefe de Estado.

A fadista Argentina Santos morreu hoje em Lisboa, aos 95 anos, e o funeral realiza-se na terça-feira à tarde da Basílica da Estrela, em Lisboa, para o Cemitério de Carnaxide, Oeiras.

Na mesma mensagem, Marcelo Rebelo de Sousa adianta que “Carlos do Carmo elogiou-lhe a intensidade e os contrastes: ‘Em dois, três versos existe um pregão que só é de Lisboa, e depois, em absoluto contraste logo a seguir, existe um recolhimento, uma contenção, que parece uma reza’”.

“A partir da década de 90, Argentina Santos atuou com frequência no estrangeiro, e participou no espetáculo ‘Cabelo Branco é Saudade’, de Ricardo Pais, e no filme ‘Fado’, de Carlos Saura”, acrescenta o Presidente da República, considerando que “a Ordem do Infante, em 2013, reconheceu a sua força genuína e a sua dedicação ao fado”.

A fadista Argentina Santos tinha-se despedido dos palcos em abril de 2015, colocando fim a uma carreira iniciada “por mero acaso” na casa de fados Parreirinha de Alfama, em Lisboa, onde uma vez, na década de 1950, numa tertúlia, lhe pediram para cantar numa desgarrada, como contou numa entrevista à agência Lusa.

O estilo interpretativo de Argentina Santos caracterizava-se “por uma expressividade intensa” que construía “através da ornamentação, da acentuação, da introdução de suspensões longas nas palavras-chave que [preenchia] com melismas cantados em pianíssimo, sobretudo no registo agudo”, lê-se na “Enciclopédia da Música em Portugal no Século XX” (2010).

Argentina Santos, que popularizou fados como “A Minha Pronúncia” e “Chico da Mouraria” e “Chafariz d’el Rei”, encontrava-se atualmente a residir na Casa do Artista, em Lisboa.

Em 2013, a fadista foi condecorada pelo Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, com a comenda da Ordem do Infante.

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