Políticos

Manuel Monteiro não é “candidato a nada” no CDS e pede explicações sobre refiliação  

Notícias de Coimbra | 5 anos atrás em 04-11-2019

O ex-líder do CDS-PP Manuel Monteiro exigiu hoje, por carta, explicações à direção do partido pelo atraso na sua refiliação e garantiu que não é “candidato a nada” no congresso do partido, em janeiro de 2020.

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Manuel Monteiro disse à agência Lusa ter enviado uma carta ao secretário-geral do CDS, Pedro Morais Soares, em que pede esclarecimentos sobre qual o artigo estatutário ou normal legal em que se baseou para adiar a sua refiliação para a liderança a sair do próximo congresso, de 25 e 26 de janeiro de 2020.

O antigo líder centrista disse ter pedido a sua “inscrição com militante base”, é nessa condição que quer “participar no futuro do CDS” e não “socorrer ou a beneficiar de um qualquer estatuto, regulamentar ou estatutário, só pelo facto de ter sido presidente”.

“Posso interpretar que haja aqui algum receio, alguma dúvida: ‘Ele vem aí, ele vem aí ao congresso’. Não sei qual seria o problema se fosse ao congresso. Agora, eu não sou candidato a nada. E se quisesse ir ao congresso candidatar-me-ia a delegado pela concelhia da Póvoa de Varzim [onde apresentou e foi aceite a sua ficha de filiação]”, disse.

A direção de Assunção Cristas não vai decidir, até ao congresso de janeiro, a refiliação no CDS do ex-líder Manuel Monteiro, que deixou o partido em 1998 para fundar a Nova Democracia (ND), foi anunciado na quinta-feira.

“Essa é uma decisão que ficará na pasta de transição” para a liderança que sair do congresso nacional de janeiro de 2020, afirmou à agência Lusa o secretário-geral do CDS, Pedro Morais Soares.

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Após uma progressiva reaproximação aos centristas, desde que se afastou da ND em 2009, Manuel Monteiro participou em várias iniciativas do seu antigo partido, a convite da Tendência Esperança em Movimento (TEM), no ano passado.

Em setembro, entregou a ficha de refiliação na concelhia da Póvoa de Varzim, distrito do Porto, que aprovou a sua inscrição.

Até agora, a direção nada decidiu, o que foi considerado um “ato censório” que “não cabe num partido que se diz pluralista e democrático” afirmou Abel Matos Santos, porta-voz da TEM, à margem do conselho nacional do partido, em 17 de outubro.

Em 1992, com apenas 29 anos, Manuel Monteiro assumiu a liderança do CDS, adotou uma linha de rutura com uma nova geração de dirigentes, pela refundação do partido, claramente de direita, a ponto de o rebatizar Partido Popular.

Deixou a liderança em 1998, e fundou, mais tarde, em 2003, o partido Nova Democracia que se apresentou às eleições, com resultados muitos modestos.

A última vez que concorreu às eleições, nas legislativas de 2011, a Nova Democracia obteve 0,21%, com 11.806 votos, longe de eleger qualquer deputado.

O partido foi extinto pelo Tribunal Constitucional em 2015, por falta de apresentação das contas anuais.

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