Saúde
Enfermeiro diz que aposta na formação e divulgação de investigações potencia redução de custos
O presidente da mesa do Colégio da Especialidade de Enfermagem Médico-Cirúrgica da Ordem dos Enfermeiros defendeu hoje que uma melhor divulgação de investigações científicas potencia uma intervenção diferenciada dos enfermeiros, permitindo uma redução de custos para as instituições de saúde.
Uma das dificuldades que o enfermeiro enfrenta “é conseguir prestar cuidados de enfermagem, de acordo com a melhor evidência científica”, sendo necessária “uma melhor partilha e divulgação dos resultados” de investigações e projetos científicos, defendeu José Carlos Martins.
O Colégio da Especialidade de Enfermagem Médico-Cirúrgica da Ordem dos Enfermeiros (OE) organiza o Encontro dos Enfermeiros Especialistas em Enfermagem Médico-Cirúrgica, que terá lugar em Coimbra na sexta-feira e sábado, pretendendo partilhar, nesse evento, avanços científicos e tecnológicos, para que os enfermeiros consigam “prestar melhores cuidados” aos utentes.
“Em Portugal, não há uma história de investimento dos resultados de investigação dos enfermeiros em revistas científicas”, comentou José Carlos Martins, sustentando que “grande parte da investigação fica confinada a relatórios e teses”, não havendo momentos de partilha dos resultados.
O responsável afirmou à agência Lusa que um profissional diferenciado e informado sobre os trabalhos científicos produzidos ajuda “a reduzir custos”, prestando cuidados “com maior qualidade” e prevenindo “eventos adversos”, como ocorrência de infeções.
A intervenção diferenciada transforma-se “numa poupança de muitos milhares de euros”, sublinhou José Carlos Martins, defendendo que “a aposta de uma instituição em mão de obra diferenciada tem que ser vista como um investimento e não como um custo”.
Contudo, a formação acaba por estar comprometida com “os cortes no salário, que não ajudam a que o enfermeiro assine uma revista científica ou participe num evento científico”, e com a situação financeira das “instituições, que acabam por cortar no investimento na formação dos seus profissionais”.
José Carlos Martins defendeu que as instituições do setor da saúde “deveriam assumir um compromisso” para com a partilha de informação científica junto dos seus profissionais, de forma a “garantirem que as respostas aos cidadãos são de elevada qualidade”.
O encontro nacional, que irá decorrer na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, está centrado nos desafios da prática “à pessoa em situação crítica, à pessoa com doença crónica e em fim de vida”, estando prevista a “criação de um livro de resumos da investigação feita em Portugal”.
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