Governo
Região do Douro agradada mas desconfiada da eficácia do Ministério da Coesão Territorial
O presidente da Comunidade Intermunicipal do Douro (CIM Douro) revelou-se hoje “muito satisfeito” com a criação do Ministério da Coesão Territorial, elogiou a escolha de Ana Abrunhosa para ministra, mas mostrou-se “desconfiado” com a eficácia da estrutura.
“Acho a criação deste Ministério da Coesão Territorial algo extraordinário, fico muito satisfeito, mas temos de voltar a um passado recente, em que esta ideia de ter o interior muito perto da boca, mas longe do coração, tem indicado um conjunto de fatores que são um pouco negativos e que me levam a ficar um pouco desconfiado”, assumiu o também presidente da Câmara de Sernancelhe.
Carlos Silva Santiago, eleito pelo PSD, lembrou, em primeiro lugar, “a criação, também por este primeiro-ministro, da estrutura de missão de valorização do interior, que depois teve efeitos zero” e, mais tarde, a “criação de uma secretaria de Estado da Valorização do Interior, igualmente sem efeitos” para as regiões do interior.
“O senhor secretário de Estado, João Paulo Catarino, tentou, dentro daquilo que são as suas capacidades, e são muitas e boas, fazer um bom trabalho, mas depois não teve eco nos membros ministeriais do Governo e a Secretaria de Estado ficou muito aquém daquilo que era, obviamente, o seu pressuposto”, considerou.
O presidente da CIM Douro não poupou elogios à escolha de Ana Abrunhosa para a liderança do novo ministério, lembrou “a capacidade que tem e o trabalho que desenvolveu ao longo destes anos na coordenação da região Centro” e, neste sentido, revelou esperança nesta nova criação do líder executivo, António Costa.
“E por ser uma mulher do interior, e também aqui do meu Douro, espero que consiga transportar para este novo ministério essa capacidade, não apenas de ideias, mas que possa ter uma concretização”, desejou.
Neste sentido, Carlos Silva Santiago reforçou que acredita “muito em Ana Abrunhosa e neste novo ministério” e espera que a nova ministra “tenha essa capacidade de convencer os colegas para esse investimento de convergência e coesão dos territórios” do interior.
A nova ministra Ana Abrunhosa foi, como presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CDRC), um dos rostos no processo de reconstrução das casas destruídas nos incêndios de 2017.
Ana Maria Pereira Abrunhosa, nascida em Angola, em 1970, é licenciada em Economia, mestre em Economia e doutorada em Economia pela Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, onde é docente desde 1995, lecionando diversas disciplinas e colaborando regularmente com outras faculdades daquela Universidade.
Recentemente, em declarações à Lusa a propósito dos fogos e do processo de recuperação, afirmou que mais de 95% das casas destruídas na região Centro pelos fogos de outubro estão concluídas e entregues às famílias, acrescentando que algumas das três dezenas de habitações em falta, e da responsabilidade da CCDR, deverão ficar concluídas em 2020.
E elogiou os empresários da região que, desde 2017, reconstruíram os seus negócios.
O XXII Governo Constitucional, apresentado na terça-feira por António Costa ao Presidente da República, vai ter como ministros de Estado Pedro Siza Vieira, Augusto Santos Silva, Mariana Vieira da Silva e Mário Centeno.
A existência de quatro ministros de Estado é uma das principais novidades face ao Governo anterior, uma opção que fonte oficial do executivo justificou como “um reforço do núcleo central” do executivo.
Catorze ministros mantêm-se à frente das mesmas pastas, existindo cinco novos ministros, o que, segundo fonte do executivo, representa um sinal de “estabilidade e de continuidade” em relação ao anterior elenco governamental.
O segundo executivo liderado por António Costa vai integrar 19 ministros, além do primeiro-ministro, o que o torna o maior em ministérios dos 21 Governos Constitucionais, e também o que tem mais mulheres ministras, num total de oito.
O Governo deve ser empossado pelo Presidente da República “na próxima semana”, em “data a determinar”, após a publicação do mapa oficial das eleições de 06 de outubro e da primeira reunião do parlamento.
O PS foi o partido mais votado nas eleições, com 36,65% dos votos e 106 deputados eleitos, seguindo-se o PSD, com 27,90% dos votos e 77 mandatos no parlamento, quando ainda falta apurar o resultado dos círculos da emigração.
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