Coimbra
Mulheres acusadas de agredir PSP afirmam que elas é que foram agredidas pela polícia
A Polícia de Segurança Pública de Coimbra informou a comunicação social que “duas mulheres, ambas de 38 anos, a agredir um funcionário de 24 anos. Ao tentarem sanar o que estava a acontecer, e por tentarem retirar as suspeitas do local, o que não acataram, começaram a agredir os agentes presentes e a injuriá-los”.
As duas mulheres apresentam um versão diferente do que foi relatado pela PSP e afirmam que elas é que elas é que foram agredidas pelos agentes que se deslocaram ao local.
Uma familiar das duas mulheres contactou Notícias de Coimbra referindo que a notícia publicada “não correspondia a verdade”, acrescentando que duas cidadãs, de origem estrangeira, apenas tentaram defender-se de “ofensas físicas e verbais derivadas por xenofobia por parte dos agressores”.
Notícias de Coimbra fez o que deve ser feito nestas circunstâncias e foi ouvir a versão das supostas agressoras, que se transformaram em alegadas vítimas.
As duas senhoras, de compleição física frágil (pesam cerca de 45-46 quilogramas), garantem que foram agredidas pela PSP.
Começaram por afirmar que tudo começou no bar Faculdade da Cerveja, por causa de um desentendimento entre uma das detidas e um empregado, que insistia em cobrar uma bebida que a cliente já teria pago.
Nesse momento, a freguesa diz que foi insultada, por causa da sua nacionalidade e que não lhe foi dado o livro de reclamações.
A mulher afirma que na sequência deste desentendimento foi colocada na rua pelos elementos da PSP, de “forma abrupta, e que, segundo ela, não quiseram saber nada sobre o que se tinha estado na origem da altercação.
Já no exterior do estabelecimento, onde se encontrava a outra mulher, as duas denunciam que foram agredidas pela PSP.
A primeira mulher, que hoje se apresentava bastante abalada, diz que foi agredida e “jogada para o chão” por um elemento da PSP.
“O homem era bastante grande”, em nenhum momento eu abri a minha boca para agredir com palavras de baixo calão e em nenhum momento eu usei força física contra ele, até porque mesmo que eu fosse grande” não tentaria agredir um funcionário público, garante a mulher que estava à espera da outra no exterior do espaço da Sá da Bandeira.
As detidas adiantam que foram levadas para a Segunda Esquadra, onde a cliente do bar diz ter sido agredida por um polícia.
“Fui agredida dentro da esquadra por um dos policiais, deu-me um soco que me fez cair da cadeira”, acrescenta.
Esta mulher, que tem crises epilépticas, diz que durante horas lhe foi recusada assistência médica.
Depois de ter passado pelo tribunal de Coimbra e pelo Comando local da PSP, a senhora foi assistida no serviço de urgências do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra CHUC), onde regressou no dia seguinte.
Notícias de Coimbra teve acesso a um documento do CHUC onde se pode ler que a utente foi vítima de “agressão por meios não especificados”.
É indicada a existência de ferimentos e hematomas, nomeadamente no rosto, ombros, coluna joelho.
A mulher acrescenta que tem dores de cabeça, dificuldades em respirar e que ficou sem sensibilidade no lado esquerdo do corpo, sinal que pode voltar a ter crises epilépticas.
A segunda detida apresenta lesões numa mão, braço, ombros, costas e joelho, “devido à prensa que ele (PSP) me fez contra a parede” e por as algemas estarem demasiado apertadas.
As duas mulheres, com o auxilio de uma familiar que está há mais tempo em Portugal, deslocaram-se ao Departamento de Investigação e Ação Penal de Coimbra e ao Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses.
A familiar destas cidadãs estrangeiras conclui que “elas é que são as vítimas” e acredita que se fará justiça, por isso pediu para as duas alegadas agressoras darem a sua visão do acontecimento.
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