Coimbra
Produtores Pecuários indignados com reitor da Universidade de Coimbra defendem sustentabilidade dos alimentos nas cantinas
Fenapecuária mostrou-se hoje indignada com a decisão do reitor da Universidade de Coimbra, de eliminar carne de vaca das cantinas, e considerou que as condições dos concursos das cantinas devem incluir variáveis como distância de produção dos alimentos.
“A Fenapecuária [Federação Nacional das Cooperativas Agrícolas de Produtores Pecuários] manifesta a sua profunda indignação e preocupação com as declarações do Sr. Reitor da Universidade de Coimbra, repudiando-as veementemente pela falta de rigor e manifesta demagogia que acarretam”, lê-se no comunicado hoje divulgado intitulado “haja bom senso”.
A federação de produtores de criação de gado considera que o setor “já começa a habituar-se aos constantes ataques daqueles que, por ignorância, fanatismo ou populismo, proferem declarações sem a necessária sustentação técnica ou científica”, mas que mesmo assim não pode deixar de demonstrar indignação.
Citado em comunicado, o presidente da federação, Idalino Leão, considerou que as cantinas devem é introduzir variáveis de sustentabilidade ambiental nos cadernos de encargos dos concursos das cantinas públicas, “como a distância onde são produzidos e consumidos os bens alimentares”.
“Para isso, é importante que os partidos políticos estejam dispostos a fazer as respetivas alterações ao código da contratação pública”, refere o presidente da Fenapecuária.
A federação pede ao Governo que também promova o esclarecimento público, assumindo um “papel ativo na moderação deste debate”.
“Deixa-nos preocupados que o Sr. Reitor refira que a carne de vaca será substituída por nutrientes a serem estudados. Esses nutrientes não existem? Serão criados em laboratório? Que garantias terão de oferecer para que o Sr. Reitor os considere mais sustentáveis do que a carne de vaca?”, questiona a federação, que considera que a “racionalidade e o rigor” acabará por vir ao de cima, sobretudo estando em causa uma “instituição centenária e de mérito científico” como a Universidade de Coimbra.
A federação de produtores pecuários apela mesmo à “comunidade científica da Universidade de Coimbra” para que “faça prevalecer o uso da razão sobre uma decisão que não tem outro fundamento que não o político /populista”.
O reitor da Universidade de Coimbra, Amílcar Falcão, disse na terça-feira, numa intervenção na cerimónia de acolhimento perante centenas de alunos, que se “vive um tempo de emergência climática e tem de se colocar travão nesta catástrofe ambiental anunciada e anunciou que a eliminação do consumo de carne nas cantinas universitárias será o primeiro passo para tornar a Universidade de Coimbra “a primeira universidade portuguesa neutra em carbono” até 2030.
Esta posição provocou polémica e críticas de agricultores.
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