Saúde

Quem recusa vacinação “está a brincar com o fogo”

Notícias de Coimbra | 5 anos atrás em 12-09-2019

 

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As pessoas que recusam a vacinação “estão a brincar com o fogo”, disse hoje o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, discursando na abertura de um fórum internacional sobre vacinação, em Bruxelas.

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“Enquanto em algumas partes do mundo seres humanos morrem por falta de vacinas, aqui as pessoas arriscam as suas vidas e as dos outros ao recusarem-nas. Há quem não brinque à prevenção mas sim com o fogo”, disse Juncker, na abertura de um encontro mundial organizado pela União Europeia (UE) e a Organização Mundial de Saúde (OMS), tendo como fundo a recrudescência de doenças preveníveis pela vacinação como o sarampo.

A UE e a OMS decidiram organizar o encontro de hoje entre responsáveis políticos, sociedade civil, especialistas em saúde pública e representantes de redes sociais para debater a questão da multiplicação de doenças que se pensa poderem ser erradicadas através da vacinação.

Segundo dados da organização, foram registados três vezes mais casos de sarampo no primeiro trimestre do ano do que no mesmo período de 2018, a nível mundial.

“Na Europa, o número de mortes ligadas ao sarampo multiplicaram-se por seis entre 2016 e 2018”, salientou Juncker, na sua intervenção, referindo que a maior parte dos óbitos foi de pessoas não vacinadas.

Denunciando uma “desconfiança estúpida” em relação à vacinação, Juncker referiu que 38% das pessoas que recusam imunizar-se acreditam que as vacinas causam as doenças que na verdade previnem.

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, adiantou, por seu lado, que “as mentiras sobre a vacinação alastram nos países desenvolvidos, na Europa, nos Estados Unidos, no Canadá e outros, mas também em países menos desenvolvidos como o Paquistão e a República Democrática do Congo, comprometendo a luta contra a poliomielite, o Ébola e outras doenças que poderiam ser evitadas graças às vacinas”.

A UE e a OMS trabalham com várias plataformas incluindo as redes sociais para combater as campanhas de desinformação sobre as vacinas, tendo o responsável da OMS saudado os recentes anúncios no Pinterest e Facebook de que irão orientar os seus utilizadores para informações exatas e fiáveis.

“É um bom começo, mas é preciso fazer mais”, salientou Ghebreyesus.

Segundo a OMS, em 2018, foram registados 353.236 no mundo, dos quais 82.523 em países da UE, tendo a organização listado a hesitação em vacinar como uma das 10 ameaças à saúde mundial.

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