Coimbra
PS exige suspensão de processo de exploração de caulino em Cantanhede
O PS exigiu hoje a suspensão do processo que pode levar à exploração de caulino na zona de Cantanhede, argumentando que não está salvaguardada a captação de água ali existente, entre outros fatores ambientais.
O processo de exploração de caulino nos pinhais de Cantanhede encontra-se em consulta pública, abrangendo uma área de mais de 2.300 hectares, onde se inclui a zona de proteção da nascente de Olhos de Fervença, que abastece o concelho.
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“O processo não pode avançar sem que a manutenção da qualidade da água esteja acautelada. Não vejo outra maneira que não seja aguardar que tudo seja salvaguardado. Sem isso, não há condições para avançar”, disse hoje à agência Lusa Pedro Coimbra, presidente da federação distrital de Coimbra do PS.
A questão da exploração de caulino foi suscitada pela bancada socialista na Assembleia Municipal de Cantanhede, tendo ainda levado a um voto contra no executivo autárquico por parte dos vereadores eleitos pelo PS.
Na declaração de voto, os vereadores exigem a “devida explicação e esclarecimento” sobre o processo “pelos potenciais prejuízos ambientais, na saúde, na segurança e económicos” para as populações.
Destacam, entre outros pontos, a “importância da salvaguarda da qualidade da água” na nascente de Olhos de Fervença, defendem a necessidade de ser elaborado um Estudo de Impacte Ambiental e alegam que faltam no pedido de exploração referências “a outros exemplos e sua evolução noutras regiões do país”.
No documento, os autarcas exigem ainda a realização de um estudo geológico “credível” a elaborar pelas universidades de Coimbra ou Aveiro e uma reunião com a empresa para saber qual a duração no tempo e a profundidade da exploração, bem como a assunção de responsabilidades no final da mesma.
Pedro Coimbra mostrou-se “solidário” com a posição dos vereadores do PS, argumentando que o processo que pode levar à exploração de caulino denota “pouco rigor” nos fundamentos apresentados.
No sábado, os deputados do PS Rui Duarte, Mário Ruivo e João Portugal, eleitos pelo círculo de Coimbra, visitam a zona da nascente de Olhos de Fervença, acompanhados de autarcas e outros dirigentes socialistas.
Ouvido pela Lusa, João Portugal admitiu que o processo possa vir a ser suspenso “até serem esclarecidas todas as dúvidas”.
Quanto à obrigatoriedade ou não da realização de um Estudo de Impacte Ambiental, frisou que mesmo que a lei não o obrigue, os deputados poderão avançar para um pedido nesse sentido no parlamento.
“Se houver dúvidas, poderemos solicitar a realização de um estudo de impacte ambiental através de um projeto de resolução”, frisou.
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