Coimbra
Estima-se que o concurso de concessão do Mosteiro de Santa Clara-a-Nova seja lançado antes do fim do ano
Questionado por Notícias de Coimbra, o Ministério da Economia “estima” que o concurso de concessão do Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, no âmbito do programa REVIVE, seja lançado durante o último trimestre deste ano.
O esclarecimento do ministério liderado por Pedro Siza Vieira, que não adianta um data exacta, surge depois do Presidente da Câmara Municipal de Coimbra ter dito que há muitos interessados em ficar com o espaço.
O REVIVE é um programa conjunto dos ministérios da Economia, da Cultura e das Finanças, em colaboração com as autarquias abrangidas, que prevê ceder imóveis públicos a privados para serem recuperados e usados para atividades económicas.
Na segunda-feira, o Presidente da Câmara Municipal de Coimbra anunciou que tem havido a manifestação de interesse de vários operadores hoteleiros em concorrerem e a transformar aquele edificado num hotel de qualidade. Para isso tem de ser lançado o concurso, acrescentou.
Mas se há tantos interessados, porque é o Governo não abre o concurso, questionou Notícias de Coimbra? Manuel Machado respondeu: Porque é preciso ao levantamento, há peças procedimentais que são indispensáveis, esperamos que em meados de setembro, o mais tardar, esse levamento esteja feito.
Falando aos jornalistas após a reunião do executivo, Manuel Machado frisou que a Câmara tem um acordo com Governo para instalar Bienal AnoZero numa área do Mosteiro, pelo que o eventual futuro concessionário será confrontado com esta ocupação.
Na página do Revive pode ler-se que a área a afetar a uso turístico é a totalidade do imóvel, com exceção da Igreja e do Museu.
A Confraria da Rainha Santa Isabel diz ser proprietária do adro que permite a entrada no Mosteiro, mas Manuel Machado afirmou que esse problema está resolvido e afiançou que o terreno é de domínio público.
A Confraria não é da mesma opinião e tem dado provas de não querer abdicar desta fonte de rendimento.
Na terça-feira, na sequência destas declarações do edil de Coimbra, o CDS-PP perguntou ao Ministério da Economia: A ser verdade a «manifestação de interesse de vários operadores hoteleiros» revelada em declarações à comunicação social pelo Senhor Presidente da Câmara Municipal de Coimbra, qual o motivo para que a concessão não tenha ainda sido concretizada?
O CDS-PP também deseja saber “o que falta para que o concurso seja lançado” e quando é que o processo de concessão do Convento de Santa Clara-a-Nova estará concluído.
“Portugal não se pode dar ao luxo de desbaratar um dos seus recursos, como o património histórico, tendo a obrigação de o manter», afirmou em Coimbra, a 28 de setembro de 2016, o então Ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral”.
Estas declarações foram feitas aos jornalistas após uma visita ao Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, “que, segundo o governante seria concessionado a privados, no âmbito do lançamento do Programa Revive”.
O Mosteiro de Santa Clara-a-Nova será convertido num hotel, garantiu então o governante.
O Ministro salientou que é “necessário, não só que os turistas possam desfrutar deste património, mas também os portugueses», referiu o Ministro, lembrando que, o Convento de Santa Clara-a-Novaestá fechado e não pode ser visitado”
3 anos após esta promessa, o Governo de Portugal ainda não lançou o concurso para concessionar o degradado e abandonado espaço.
No âmbito do REVIVE, foram lançados, até ao momento, um total de 18 concursos no país.
Segundo o ministério, atualmente, estão abertos os concursos para a concessão do Mosteiro de Lorvão, em Penacova, do Castelo de Vila Nova de Cerveira e do Forte da Ínsua, em Caminha.
Os “próximos concursos” a lançar vão abarcar o Mosteiro de Travanca (Amarante), o Santuário do Cabo Espichel (Sesimbra) e o Forte da Barra de Aveiro (Ílhavo).
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