Saúde
Associação de Paralisia Cerebral apresenta peça de teatro em Coimbra
A Associação de Paralisia Cerebral de Coimbra (APCC) apresenta, hoje e na sexta-feira, uma peça, na Oficina Municipal do Teatro, criada e interpretada pelos seus utentes com a ajuda de uma professora de teatro.
A peça, intitulada “Metamorfose”, surge do projeto “Bem Querer”, desenvolvido nas aulas de teatro da APCC, e apresenta como tema a autoestima, aliando-o à vida social e ao medo da solidão.
A apresentação de hoje decorre às 14:30 e, na sexta-feira, às 14:20 e às 19:00.
“Tem que ver com aquilo que quero ver, como me revejo nos outros, como quero que os outros me vejam”, contou Mariana Nunes, professora de teatro na APCC, constatando que tais anseios e preocupações serão transversais a toda a população, não se focando a peça na “diferença”.
Os atores da peça “são pessoas que têm sentimentos, que não gostam de ver determinadas coisas ao espelho, que têm problemas como nós, mas que se aceitam como são”, salientou.
O espetáculo vai ao encontro dessa necessidade de “se reverem no mundo deles”, chegando o grupo à conclusão, durante todo o processo criativo, de que “para se ter uma boa autoestima tem que se gostar de alguém e partilhar a felicidade com os outros”, contou a professora de teatro.
A ideia da solidão é “muito assustadora” para os atores, referiu à agência Lusa Mariana Nunes, observação logo reforçada pelos participantes que se preparavam para um último ensaio.
“Metamorfose” foi construída “por todos”, sendo um diálogo coletivo e aberto entre Mariana Nunes e os elementos do grupo de teatro, com a professora a “dar a base e eles a criarem a partir dela”.
A peça teve uma ante-estreia, a 13 de dezembro, no Festival de Artes de Estarreja, apresentando agora em Coimbra o trabalho final, depois de mais de um ano de ensaios e processo criativo de volta da mesma peça.
Alguns dos atores do elenco participam no grupo de teatro desde a sua existência, em 2001, e já estiveram envolvidos em várias produções do grupo, a nível nacional e internacional.
Todos os anos é apresentado um espetáculo, sendo o anterior intitulado “Manual de Instruções”, que também esteve em palco na Oficina Municipal do Teatro, e que falava sobre “coisas que eles não conseguiam fazer”, como atar os sapatos ou abrir uma carteira, acabando a peça com cada um dos atores a superar esses obstáculos, explicou Mariana Nunes.
A componente de formação e de desenvolvimento social e pessoal “está sempre muito presente”, sublinhou a professora de Teatro, afirmando que as aulas de teatro são também um processo de “preparação para a vida, que muitos deles têm uma vida independente”, com o “teatro a fazê-los evoluir e crescer”.
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