A Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR) considerou hoje que “há falta de apoio” psicológico na GNR, tendo em conta que estes serviços estão concentrados em Lisboa e a maior parte do efetivo está disperso pelo país.
“Pode até ter aumentado o número de psicólogos na GNR, mas está tudo concentrado em Lisboa”, disse à agência Lusa o presidente da APG, César Nogueira, quando questionado sobre o reforço destes especialistas na Guarda Nacional Republicana.
César Nogueira lamentou que o centro clínico apenas funcione na capital, dando conta que fechou recentemente o serviço no Porto.
O mesmo responsável questionou o facto de estar “tudo concentrado” em Lisboa quando a GNR é uma força de segurança que está sobretudo espalhada pelo país.
Numa resposta enviada à agência Lusa, a GNR refere que disponibiliza a todos os seus efetivos “um conjunto de instrumentos de prevenção e de respostas a situações do foro da psicologia, em geral, e de acompanhamento e prevenção do suicídio”.
Nesse sentido, aumentou o número de psicólogos e de psiquiatras ao serviço dos militares da corporação e está a realizar uma reavaliação psicológica do efetivo como medida de prevenção do suicídio.
O presidente da APG afirmou que desconhece a realização da reavaliação psicológica, já que as consultas de medicina preventiva não abrangem questões do foro psicológico.
Sobre a medicina preventiva, que apenas existe na GNR desde 2017, César Nogueira criticou o facto de estas consultas também apenas se realizarem em Lisboa.
“Um militar que está em Bragança ou em Vila Real tem de deslocar de madrugada e em jejum para fazer análises em Lisboa”, lamentou.
O presidente da associação mais representativa da GNR disse ainda que na maior parte das vezes os guardas “não procuram apoio dentro da instituição porque ainda existe um estigma” em relação aos profissionais que têm problemas.
A APG está assinar protocolos com vários consultórios de psicologia do país para que os militares associados desta associação tenham apoio.