Coimbra
Bombeiros de Viseu sentem-se insultados com lição de professor de Coimbra
A Federação de Bombeiros do Distrito de Viseu considerou hoje “atentatório da dignidade e do bom nome dos bombeiros” o relatório sobre os incêndios florestais em 2013, nos quais morreram oito elementos, quatro deles do distrito.
Num comunicado divulgado hoje, aquela estrutura classificou o documento como “insultuoso” para o desempenho dos bombeiros e para o “seu esforço levado ao limite, e pouco rigoroso pelas omissões que revela”.
Os bombeiros devem ter melhor formação “em matérias relacionadas com o comportamento do fogo”, segundo a primeira parte do relatório sobre os incêndios florestais em 2013, disponibilizada pelo Ministério da Administração Interna (MAI).
Na primeira parte do relatório encomendado pelo MAI, a equipa do investigador Xavier Viegas, da Faculdade de Ciências e Tecnologia de Coimbra, sublinha que os bombeiros devem ter formação “em especial em situações extremas”.
O documento acentua que mais formação permitirá aos bombeiros “assegurar uma boa avaliação das condições de perigo e do cumprimento dos procedimentos de segurança no combate ao fogo”.
A Federação de Bombeiros do Distrito de Viseu considera “o relatório ferido de morte na sua credibilidade e profundamente afetado na sua autoridade, no que toca à falta de formação em comportamento do fogo, na medida em que o seu autor é parte interessada na formação, que agora reclama em falta, e que ministra e se disponibiliza a ministrar, nas instalações da ADAI, associação integrada no Centro de Estudos de Incêndios Florestais, de que o autor do relatório é também coordenador e principal responsável”.
Aquela estrutura alerta, ainda, a “incompatibilidade de interesses que se verifica quando, na mesma pessoa, coincide o autor de um relatório (com tais envolvências e consequências) e o principal responsável pela formação que o relatório identifica em falta”.
O comunicado considera, também, “impróprio o duplo critério adotado no relatório ao não saber identificar os autores de algumas decisões tomadas nos postos de comando, mas, em paralelo, ser rápido a nomear os bombeiros que desrespeitaram as ordens e que, infelizmente, já não se podem defender e/ou justificar”.
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