O grupo Trincheira Teatro estreia no sábado, no Teatro de Taveiro, concelho de Coimbra, “Motivos Peculiares”, uma peça que trabalha a improvisação em torno de quatro frases que remetem para questões de género.
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“Não é normal ter medo de andar sozinha na rua”, “Onde se lê: ‘Matei-o porque me pertencia’ deve ler-se: ‘Matei-o porque não me pertencia'”, “Tirou-me o filho, tirei-lhe o ar” e “Larguei-o porque ele nunca vinha disposto a ficar” são as quatro frases que funcionam como ponto de partida para um espetáculo centrado no movimento e no corpo, contou à agência Lusa João Paiva, que dirige a peça.
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Num trabalho de improvisação – “a peça está sempre em construção” -, João Paiva vai articulando e dirigindo os sete atores em palco – cinco mulheres e dois homens -, em torno de imagens e movimentos que vão sendo construídos a partir das quatro frases.
A peça começou a ser criada depois de um laboratório sobre a técnica “Campo de Visão”, do ator brasileiro Marcelo Lazzaratto, e aproveita essa mesma ferramenta para construir o espetáculo.
Em palco, um dos sete atores assume-se como líder, sendo que todos os outros apenas poderão criar movimentos enquanto estiverem no campo de visão desse ator.
“Se não estiver no campo de visão, fica ‘congelado'”, explica João Paiva, referindo que, com esses movimentos ora libertos ora estáticos, criam-se esculturas vivas que ajudam a formular uma determinada imagem, cenário ou atmosfera.
“É um espetáculo que exige aos atores uma escuta e visão ativas. Toda a gente está a produzir ao mesmo tempo e têm que conseguir ler a proposta do outro, percebê-la, e entender onde é que movimento começa e termina”, frisa o diretor da peça.
Na apresentação, será ainda dada ao público a oportunidade de ver o espetáculo a partir da plateia ou no palco, “andando à volta da arena” onde estarão os espectadores.
A estreia da peça desta jovem companhia de Coimbra decorre na sede do Loucomotiva – Grupo de Teatro de Taveiro, no sábado, às 21:45.
No domingo, haverá apresentações às 17:00 e às 21:45.
O espetáculo será depois reposto, entre setembro e outubro, na cidade de Coimbra.
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