Política

Assunção Cristas acusa Governo de ter abandonado zona atingida pelos fogos

Notícias de Coimbra | 6 anos atrás em 23-04-2019

 

 A presidente do CDS/PP, Assunção Cristas, disse hoje que os municípios atingidos pelos incêndios de junho de 2017 foram abandonados pelo Governo, o qual acusou de não fazer o que lhe cabe.

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“O Governo não está a fazer a parte que lhe compete”, afirmou a líder centrista aos jornalistas na povoação de Rapos, Castanheira de Pera, no final de uma visita que incluiu uma reunião com Associação dos Produtores e Proprietários Florestais do Concelho de Pedrógão Grande (APFLOR).

Para Assunção Cristas, que estava acompanhada pelo cabeça-de-lista do CDS/PP ao Parlamento Europeu nas eleições de 26 de maio, o eurodeputado Nuno Melo, “o interior, onde há poucos eleitores, ficou entregue a si próprio”.

“Este território continua votado ao abandono”, adiantou, defendendo a promoção de incentivos financeiros para que Pedrógão Grande e Castanheira de Pera, no distrito de Leiria, e demais municípios vizinhos afetados pelos fogos de 17 de junho de 2017 possam relançar a atividade económica e assegurem aos habitantes condições para se manterem nas suas terras de origem.

Na sua opinião, “falta ação do Estado para que as pessoas sintam que vale a pena viver” nas suas localidades.

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Assunção Cristas criticou também o que classificou de “inexistência de estratégia e de ação no terreno” para que o interior devastado pelos incêndios “tenha um outro ordenamento florestal”.

A presidente do CDS/PP lamentou “o muito que ainda está por fazer” na região, quase dois anos após a tragédia de junho de 2017, uma demora que abrange igualmente as casas de primeira habitação que importa reconstruir e devolver às famílias.

Além de terem destruído milhares de imóveis, incluindo casas habitadas, os incêndios que eclodiram em Pedrógão Grande e na Lousã, distritos de Leiria e Coimbra, nos dias 17 de junho e 15 de outubro de 2017, respetivamente, devastaram extensas áreas de floresta e mataram milhares de animais domésticos e selvagens.

Entre a população, o fogo de junho originou 66 mortos e mais de 250 feridos, enquanto no de outubro perderam a vida 50 pessoas e cerca de 70 ficaram feridas.

“O Governo fala muito, mas faz pouco”, disse Assunção Cristas, considerando que os membros do executivo, nos últimos meses, têm visitado mais o litoral e áreas urbanas como Lisboa e Porto, “onde está a maioria dos eleitores”, em detrimento do interior, mais despovoado, num ano em que se realizam eleições europeias, legislativas e regionais da Madeira.

Nas extensas áreas ardidas de Pedrógão Grande e Castanheira de Pera, “não vemos nenhum projeto-piloto a funcionar e a fazer a diferença” ao nível da reflorestação, criticou.

Assunção Cristas esteve em Souto Fundeiro e Rapos, concelho da Castanheira de Pera, para avaliação do processo de reconstrução de habitações e apoio às vítimas dos incêndios, e fez declarações aos jornalistas na última aldeia, junto a uma casa cujas obras de reposição estão suspensas, por razões que não foi possível apurar.

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