Coimbra
Cortes e cultura
A integração da Universidade de Coimbra e da dieta mediterrânica no Património Mundial da Humanidade e a atribuição de prémios no cinema, arquitetura, literatura e ilustração fizeram de 2013 um ano de reconhecimento internacional da cultura portuguesa.
Apesar dos cortes que tem sofrido nos últimos anos, o setor cultural tem merecido a atenção internacional, com a atribuição de prémios de mérito pela qualidade, inovação e preservação patrimonial.
Em junho, a UNESCO incluiu a Universidade de Coimbra, assim como as zonas Alta e a baixa (Rua Sofia) da cidade, no panteão do Património Mundial da Humanidade.
Já este mês, a organização das Nações Unidas classificou a dieta mediterrânica Património Mundial e Imaterial da Humanidade, abrangendo Portugal, Chipre, Croácia, Grécia, Espanha, Itália e Marrocos.
Ainda no plano internacional, o cinema português voltou a ser premiado em festivais, apesar de internamente produtores e realizadores alertarem para o escasso apoio financeiro ao setor.
João Canijo foi premiado na República Checa, Miguel Gomes e Vicente Alves do Ó na Colômbia, Maria de Medeiros no Brasil, João Nicolau e André Gil Mata em Cannes (França).
A eles juntou-se ainda Joaquim Pinto, de regresso à realização com o documentário biográfico “E agora? Lembra-me”, distinguido em Locarno (Suíça), Chile, Argentina e Canadá, sem esquecer os prémios conquistados no DocLisboa.
Tal como em 2012, a arquitetura portuguesa voltou a ser premiada, com Eduardo Souto de Moura a receber o prémio israelita Wolf e Gonçalo Ribeiro Telles com o prémio Sir Geoffrey Jellicoe, o “Nobel” da Arquitetura Paisagista.
Na área do património e museologia, o Museu da Comunidade da Concelhia da Batalha foi eleito na Bélgica o Museu Europeu do Ano, enquanto os restauros do Liceu Passos Manuel e do chalet da condessa de Edla, assim como a Fundação Ricardo Espírito Santo e o projeto SOS Azulejo receberam o Prémio Europa Nostra.
O escritor Nuno Júdice foi galardoado com o prémio Rainha Sofia de Poesia Iberoamericana enquanto o Prémio Camões, criado por Portugal e Brasil, foi atribuído ao moçambicano Mia Couto.
Por cá, do rol de prémios, galardões e distinções, grande parte na área da literatura, destacam-se o Prémio José Saramago ao escritor angolano Ondjaki, pelo romance “Os transparentes”, e o Prémio Leya à autora portuguesa Gabriela Ruivo Trindade, pelo romance inédito “Uma outra voz”.
A Hélia Correia foi atribuído o Prémio Casino da Póvoa, nas Correntes d’Escritas, e o Prémio Virgílio Ferreira, enquanto Jacinto Lucas Pires conquistou o Grande Prémio de Literatura DST e o escritor angolano José Eduardo Agualusa foi galardoado com o Prémio Fernando Namora.
A Associação Portuguesa de Escritores distinguiu Maria Velho da Costa (Prémio Vida Literária), Alexandra Lucas Coelho (Romance e Novela), Rosa Maria Martelo (Ensaio), Ricardo Araújo Pereira e José Rentes de Carvalho (embora referente a obras publicadas em anos distintos).
Ainda na literatura, o italiano Claudio Magris venceu o prémio europeu Helena Vaz da Silva e a editora portuguesa Planeta Tangerina foi eleita a melhor da Europa na literatura para a infância e juventude.
A revista norte-americana 3×3, considerada a mais importante na área da ilustração contemporânea, premiou André Carrilho, João Fazenda e André da Loba. Este último, juntamente com a ilustradora Marta Monteiro, também foi distinguido com a medalha de ouro pela norte-americana Society of Illustrators.
Uma série de fotografias feitas na Guiné-Bissau, nunca publicadas, valeu ao fotógrafo português Daniel Rodrigues um prémio da World Press Photo, meses depois de ter ficado desempregado.
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