Coimbra
Greve dos motoristas de transporte de matérias perigosas está a parar vários setores da economia desde segunda-feira
A greve dos motoristas de transporte de matérias perigosas está a parar vários setores da economia desde segunda-feira, e levou hoje o Governo a alargar serviços mínimos, sendo notícia na imprensa internacional.
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Grande parte dos postos de combustível esgotou e os que tiveram ‘stock’ registaram longas filas de espera, obrigando ao reforço do policiamento para evitar perturbações sociais.
Cidadãos que vivem junto à fronteira com Espanha, como os da zona da Guarda, começaram a deslocar-se ao outro lado para abastecerem os depósitos dos seus veículos.
Nos transportes, o aeroporto de Lisboa registou falhas de abastecimento de combustível, que foram responsáveis pelo cancelamento de voos e pelo abastecimento de 31 aviões em aeródromos espanhóis.
No Alto Minho e na margem sul do Tejo, empresas de transporte de passageiros suprimiram ligações rodoviárias e outras vão surgir a partir de quinta-feira pelas empresas Transportes Sul do Tejo, Barraqueiro Transportes e Rodoviária do Tejo, dificuldades que se estendem também aos táxis.
A Transtejo e a Soflusa acionaram hoje o plano de contingência de abastecimento de combustível através de via marítima para assegurar as ligações fluviais no Tejo.
No transporte ferroviário, a CP admitiu dificuldades nas ligações, se a situação não for reposta.
Os distribuidores de medicamentos decidiram suprimir, nalguns casos, a segunda e a terceira entrega diária nas farmácias.
A greve dos motoristas e a falta de combustível estão a provocar o cancelamento de reservas durante a Páscoa nos hotéis, sobretudo no Algarve, e a deixar a restauração sem produtos essenciais, alertaram várias associações.
A fábrica da Sumol+Compal, em Almeirim, parou a produção, o mesmo poderá acontecer à fábrica da Mitsubishi Fuso Truck Europe, em Abrantes.
A Federação de Motociclismo de Portugal adiou a quarta etapa do campeonato nacional de enduro, marcada para sexta-feira e sábado, na Lousã.
Registaram-se falhas das seguradoras na assistência em viagem, as indústrias do vestuário e confeção ameaçaram parar, o setor agroalimentar admitiu ruturas nos abastecimentos aos hipermercados e poderá haver interrupções na recolha e tratamento de resíduos.
A Galp apelou ao consumo moderado de gás e a Altice avançou com um plano de contingência para garantir a normalidade das comunicações.
O Governo declarou “situação de alerta” e assegurou serviços mínimos, através de camiões-cisterna, que saíram da Companhia Logística de Combustíveis, na Azambuja, escoltados por forças politicais.
Perante as críticas do PSD e CDS-PP e o apelo do Presidente da República, o executivo alargou os serviços mínimos e avançou com uma lista de postos de abastecimento prioritários em todo o país, com uma limitação de fornecimento de 15 litros por veículo.
Uma reunião entre o Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas, que convocou a greve, e a Associação Nacional de Transportadores Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) decorria pelas 22:00, no Ministério do Trabalho, em Lisboa.
As centrais sindicais UGT e CGTP consideraram as reivindicações dos motoristas “justas e legítimas”, acusando a associação patronal de estar a agravar o conflito.
Portugal é notícia em vários meios de comunicação internacionais, com as consequências da greve dos motoristas de matérias perigosas a ser título em órgãos de comunicação do Reino Unido, Espanha, Estados Unidos e França.
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