Coimbra
Cícero Rosa Lins no Centro de Artes Visuais de Coimbra
O músico brasileiro Cícero Rosa Lins atua esta semana em Coimbra e em Espinho, dois concertos a solo que se juntam a uma atuação que deu há uma semana em Lisboa, com Momo e Wado, dois outros músicos brasileiros.
Depois desse concerto, a 30 de novembro no festival Vodafone Mexefest, Cícero manteve-se em Portugal, rumando agora a norte, para um concerto na sexta-feira, no Centro de Artes Visuais de Coimbra, e outro no sábado, no Auditório de Espinho.
Nos dois concertos, o músico carioca estará acompanhado por uma banda portuguesa, com Fred Ferreira (bateria), Alexandre Bernardo (guitarra) e Martim Torres (baixo).
Pela primeira vez em Portugal (e na Europa), Cícero Rosa Lins, 27 anos, mostrará ao público português as canções dos dois álbuns que gravou e produziu, marcados tanto pela música popular brasileira como pelo rock independente: “Canções de apartamento” (2011) e “Sábado” (2013).
Do primeiro álbum sobressaem canções como “Tempo de Pipa”, “Ensaio sobre ela” e “Ponto Cego”, enquanto do segundo, mais experimental, fazem parte “Ela e a lata” e “Fuga nº 4”.
Os dois discos foram disponibilizados de forma gratuita na Internet, terreno fértil para partilha e divulgação não só no Brasil, mas também no resto do mundo.
Em entrevista à agência Lusa, o músico admitiu que é “da primeira geração da música brasileira que nasceu já dentro da Internet”, com um público que “não é só feito de quem gosta de música brasileira. É feito essencialmente por quem tem acesso à Internet”.
Reconheceu que não tem ganhos diretos com os álbuns – porque os disponilizou na Internet -, mas conquista visibilidade para os concertos e para a conquista de um público.
“Vender dinheiro do disco é quem tem um suporte de uma instituição muito grande, como uma gravadora [editora discográfica]. Faz mais sentido o artista fazer mais dinheiro com show e com o público que construiu. O disco era um material físico, agora virou um dado”, explicou.
É a Internet que possibilita também o encurtar da distância entre Brasil e Portugal, permitindo que a música de Cícero seja conhecida entre o público português, sem passar pelo circuito das editoras discográficas.
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