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SMTUC ficam sem gasóleo a partir de domingo
As autarquias estão preparadas para a greve dos transportadores de combustível “na medida do possível”, uma vez que a paralisação foi “inopinadamente desencadeada”, disse hoje o presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), Manuel Machado.
Em declarações aos jornalistas, em Coimbra, à margem da cerimónia evocativa dos 50 anos da Crise Académica de 1969, Manuel Machado garantiu que, apesar da situação de falta de combustível ter “alguma complexidade, estão assegurados os serviços essenciais”, como os transportes públicos ou a recolha de lixo.
No caso de Coimbra, autarquia a que preside, Manuel Machado indicou que o município tem condições de abastecimento do serviço municipalizado de transportes urbanos “até ao final do próximo domingo”.
O presidente da ANMP manifestou ainda a “esperança profunda” de que as negociações que disse estarem em curso envolvendo o Governo, a associação representativa dos transportadores e o sindicato que convocou a greve resultem num entendimento que ponha fim à paralisação.
“Apelamos a que se consiga chegar a um acordo que intervenha de forma decidida, definida, concreta, real, sobre esta grave questão que está a ser suscitada e que não pode ser desencadeada sem que o Estado exerça os seus poderes plenos de soberania. É o interesse nacional que está em causa”, argumentou Manuel Machado.
A greve dos motoristas de matérias perigosas, que começou às 00:00 de segunda-feira, foi convocada pelo Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), por tempo indeterminado, para reivindicar o reconhecimento da categoria profissional específica.
A Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (Apetro) informou que não foi ainda retomado o abastecimento dos postos de combustível, apesar da requisição civil, e que já há marcas “praticamente” com a rede esgotada.
O primeiro-ministro admitiu alargar os serviços mínimos e adiantou que o abastecimento de combustível está “inteiramente assegurado” para aeroportos, forças de segurança e emergência.
Na terça-feira, alegando o não cumprimento dos serviços mínimos decretados, o Governo avançou com a requisição civil, definindo que até quinta-feira os trabalhadores a requisitar devem corresponder “aos que se disponibilizem para assegurar funções em serviços mínimos e, na sua ausência ou insuficiência, os que constem da escala de serviço”.
No final da tarde de terça-feira, o Governo declarou a “situação de alerta” devido à greve, avançando com medidas excecionais para garantir os abastecimentos e, numa reunião durante a noite com a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) e o Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas, foram definidos os serviços mínimos.
Militares da GNR estão de prevenção em vários pontos do país para que os camiões com combustível possam abastecer e sair dos parques sem afetarem a circulação rodoviária.
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