Cidade
Ensaio em Coimbra prova que bomba de calor geotérmica “consome muito menos energia”
Coimbra é uma das oito cidades europeias onde estão a ser testadas bombas de calor geotérmicas e onde ficou demonstrado que consomem “muito menos energia do que os sistemas convencionais”, anunciou a Universidade daquela cidade.
Os estudos efetuados na instalação piloto, no edifício da Administração da Região Hidrográfica do Centro, em Coimbra, “demonstraram que a bomba de calor geotérmica consome muito menos energia do que os sistemas convencionais”, como “ares condicionados ou aquecedores”, garantindo “o mesmo nível de conforto”, afirma, numa nota hoje divulgada, a Universidade de Coimbra (UC).
No verão, “os equipamentos de ar condicionado instalados no edifício consumiram, em média”, 62 quilowatt-hora (kWh) por dia, mas, “com a bomba geotérmica otimizada, em que os investigadores desenvolveram um sistema de controlo inteligente”, o consumo baixou para cerca de 28 kWh diários, “garantindo o mesmo nível de conforto”, exemplifica o investigador André Quintino Duarte.
“A eficiência de uma bomba de calor depende das temperaturas entre as quais é trocada energia sob a forma de calor”, refere o especialista, salientando que “as bombas de calor geotérmicas, como não dependem da temperatura exterior – mas sim da temperatura do subsolo”, que se “mantém muito estável ao longo do ano” –, asseguram o mesmo conforto com menos energia, reduzindo, portanto, “a fatura elétrica e as emissões de CO2 [dióxido de carbono]”.
No caso da experiência piloto em Coimbra, a instalação foi colocada em sete furos, a 150 metros de profundidade, adianta o investigador envolvido no projeto.
Desenvolvido por uma equipa de investigadores do Instituto de Sistemas e Robótica (ISR) da UC, o ensaio faz parte do projeto europeu GroundMed, que visa avaliar o impacto da tecnologia (que tem sido “muito utilizada nos países nórdicos”), em regiões junto ao Mediterrâneo, com climas mais amenos.
Com instalações piloto também em Espanha (duas), França, Itália, Grécia, Eslovénia e Roménia, a próxima fase do projeto, financiado em 4,3 milhões de euros pela União Europeia, visa “incorporar um tanque cilíndrico revestido com material de mudança de fase (PCM – phase change material), encapsulado, para armazenar energia térmica” – calor no caso de Coimbra, frio na instalação em Septèmes-les-Vallons, em França.
O armazenamento permite reduzir “ainda mais os custos com a eletricidade na climatização de edifícios, procedendo-se ao carregamento do tanque durante a noite, aproveitando as tarifas de eletricidade mais baratas”, salienta André Quintino Duarte.
“A energia acumulada é depois aproveitada para climatizar o edifício durante o dia, substituindo assim, em parte, a energia elétrica no período mais caro”, acrescenta o investigador do ISR da UC.
Provada a viabilidade das bombas de calor geotérmicas em países de clima mediterrânico, os investigadores consideram que será muito vantajosa a sua implementação em grandes edifícios, como por exemplo, hospitais, onde os gastos energéticos são muito elevados.
Os resultados obtidos com a experiência estão disponíveis em http://www.groundmed.eu, página eletrónica oficial do projeto.
Related Images:
PUBLICIDADE