O presidente do PSD afirmou hoje que votar nos sociais democratas nas europeias dá garantia de moderação e perda de influência da extrema direita, enquanto que votar no PS não dá garantia de perda de influência da extrema esquerda.
“Temos de fazer opções de voto nos partidos moderados. Se os partidos moderados não tiverem força, é isso justamente que abre espaço aos extremismos que põem em causa os objetivos fundamentais da Europa”, disse Rui Rio, que discursava durante a apresentação da lista de candidatos ao Parlamento Europeu, que decorreu no Grande Hotel do Luso, no concelho da Mealhada (Aveiro).
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Nesse sentido, considerou que há “uma ‘nuance'” entre PS e PSD “muito importante”.
“Nós não somos de direita. Nós somos do centro, somos moderados e não somos ponte para a extrema-direita. O PS é de esquerda e é ponte para a extrema esquerda. Aqui está uma diferença muito grande”, vincou Rui Rio, considerando que o crescimento da extrema-direita na Europa é resultado da “incapacidade” de uma resposta moderada.
Num discurso centrado nas críticas ao Partido Socialista, o líder do PSD considerou que quem votar no PS nas europeias de 26 de maio está a afirmar que está contente com a governação.
“Se não vota no PS, está a dizer: ‘muda qualquer coisa porque se não não contas com o meu voto’. Quem vota no PS está a dizer que como está, está bem e pouco ou nada há a alterar”, referiu, salientando que esse “pouco ou nada” é, por exemplo, a política económica para o país ou o investimento nos serviços públicos.
Rui Rio criticou ainda a composição da lista do PS às europeias, referindo que os quatro primeiros candidatos “são todos ex-governantes do [executivo liderado por] António Costa ou de [José] Sócrates”.
Se há cinco anos o PSD, concorrendo coligado com o CDS-PP, alcançou 27,7% dos votos, o líder dos sociais democratas pretende agora “subir bastante” face aos seis eurodeputados do PSD eleitos, acreditando que é possível vencer as europeias.
Durante a apresentação, o cabeça de lista do PSD às europeias, Paulo Rangel, acusou o PS de fazer o maior ataque ao Estado Social “alguma vez feito depois do 25 de Abril”, com as cativações e cortes feitos na área da saúde.
“O PS, para fazer a sua política de rendimentos e cumprir as metas europeias, fez, na saúde, cativações, cortes e ablações que considero que configuram o maior ataque ao Estado Social alguma vez feito depois do 25 de Abril”, afirmou Paulo Rangel.
Para o cabeça de lista, a declaração do primeiro-ministro, António Costa, ao afirmar que a grande prioridade do Partido Socialista, caso vença as legislativas, será a saúde, “é a confissão pública de que o Governo do PS abandonou, descurou e maltratou o Serviço Nacional de Saúde e a saúde dos portugueses”.
“Se o primeiro-ministro estivesse contente com o desempenho do Governo na área da saúde, se achasse que era bom, não vinha dizer que a grande próxima paixão do Partido Socialista seria a saúde”, vincou.