O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, assinou hoje em Roma a convenção que cria o observatório astronómico “Square Kilometre Array” (SKA), um projeto com participação portuguesa para construir e operar o maior telescópio do mundo.
“Trata-se de uma iniciativa intragovernamental cujo objetivo é construir e operar o SKA, aquele que será o maior radiotelescópio do mundo envolvendo mil investigadores e engenheiros, 270 empresas e centros de investigação e 20 países e com o qual se desenvolverá o estudo das ondas gravitacionais e teste às teorias de Einstein, a compreensão da evolução do Universo, o mapeamento de centenas de milhões de galáxias e a procura de sinais de vida no Universo”, divulgou hoje o Ministério.
Portugal torna-se assim membro fundador do novo observatório astronómico, juntamente com a África do Sul, Austrália, China, Itália, Holanda, Nova Zelândia, Reino Unido e Suécia.
PUBLICIDADE
O SKA será composto por 2.500 antenas e terá capacidade para rastrear mil milhões de galáxias.
Até agora, Portugal tem participado no projeto SKA como observador e através da colaboração de instituições académicas e científicas, investigadores e empresas nacionais dos setores das Tecnologias da Informação e Comunicação, Energia e Espaço.
De acordo com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, a convenção assinada hoje “ganha especial relevância” para Portugal após a aprovação em Conselho de Ministros da criação da Agência Espacial Portuguesa. Um dos objetivos será “impulsionar o panorama espacial europeu e internacional através de uma cooperação internacional, com várias agências e organizações espaciais”.
Em 2016, ficou estabelecida a contribuição de cientistas de sete instituições portuguesas para a construção do telescópio.
O coordenador nacional do ‘Engage SKA’ (roteiro nacional de infraestruturas de relevância estratégica), Domingos Barbosa, disse na altura à agência Lusa que Fernando Camilo seria o líder científico do projeto SKA, na África do Sul, e os restantes portugueses participariam nos consórcios de trabalho da iniciativa internacional que “tem de ter a capacidade de observar, pelo menos, 40% do céu todas as noites”.
Com projetos piloto definidos para África do Sul e Austrália, o SKA “vai ser a máquina que mais dados irá produzir nos próximos 20 anos, cerca de 10 vezes mais dados do que o tráfego de internet mundial hoje”, exemplificou Domingos Barbosa.
Especialistas do Instituto de Telecomunicações, das universidades do Porto, Aveiro, Coimbra, Évora e Lisboa, e do Politécnico de Beja fazem parte do projeto que envolve, no total das duas fases, um investimento de cerca de dois mil milhões de euros.
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
You must be logged in to post a comment.