As escolas que inflacionam as notas dos alunos do secundário aumentaram no ano passado para 18, segundo uma lista elaborada pela Lusa a partir de dados oficiais, onde se encontram três colégios no ‘top 10’ do ‘ranking’ geral.
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Desde o ano letivo de 2013/2014, 18 escolas secundárias dão sempre notas mais altas do que deviam, revelam dados do Ministério da Educação (ME) numa análise às notas que os alunos têm pelo trabalho realizado ao longo do ano na escola e os resultados que obtêm nos exames nacionais.
Por comparação com os dados divulgados em 2018, que identificavam 16 casos, desaparecem duas escolas que constavam na listagem do ano anterior e surgem quatro novas.
O Colégio Nossa Senhora do Rosário, no Porto, que este ano volta a liderar o ‘ranking’ elaborado pela Lusa com base na média das notas dos alunos nos exames nacionais, é uma das escolas que volta também a aparecer na lista dos estabelecimentos de ensino que inflacionaram as notas nos últimos cinco anos.
Por exemplo, no ano passado, os alunos daquele colégio tiveram uma média de 17,39 valores nas notas atribuídas pelos seus professores, mas quando chegaram a exame a média desceu para 15,5 valores.
Mas este não é caso único. A escola privada que aparece em 7.º lugar da lista da Lusa, o Colégio D. Diogo de Sousa, também está identificada pelo ME como um dos estabelecimentos de ensino que desde 2013 atribuiu consecutivamente notas muito acima do que deveria.
A média das notas atribuídas pela escola bracarense no ano passado foi de 16,8 valores e a média nos exames de 14,5, segundo uma análise aos dados feita pela Lusa.
O Colégio Rainha Santa Isabel, em Coimbra, também faz parte deste grupo, ao aparecer na lista das dez escolas mais bem classificadas nos exames nacionais.
Os alunos da escola privada de Coimbra tiveram uma média de 14,39 valores nos exames, que valeu um 8.º lugar no ‘ranking’ de 2018, mas pelo trabalho realizado ao longo do ano a média subiu mais de dois valores (16,6 valores).
O Colégio Luso-Francês, no Porto, é o outro caso, surgindo em 9.º lugar do ranking geral porque os seus alunos tiveram uma média de 14,2 valores nos exames, mas, depois, na nota interna a média aumentou para os 16,5 valores.
Comparando com os dados do ano anterior, verifica-se que a maioria das escolas se mantém, tendo apenas desaparecido dois estabelecimentos de ensino: a Escola Secundária Dr. Joaquim Gomes Ferreira Alves, em Vila Nova de Gaia, e o Colégio do Minho, em Viana do Castelo.
Na lista deste ano há quatro novidades: a Escola Secundária Alberto Sampaio, em Braga, o Colégio da Rainha Stª Isabel, em Coimbra, e os colégios “Casa Mãe” e Amorim.
À exceção do Colégio Rainha Santa Isabel, em Coimbra, todas as outras escolas privadas situam-se a norte do país.
Os colégios continuam a ser os que mais inflacionam as notas: das 18 escolas, apenas três são públicas, um procedimento que pode permitir a um aluno passar à frente no acesso ao Ensino Superior.
A Lusa elaborou ainda uma lista das escolas que dão notas abaixo do que seria expectável: são 16 e ao contrário do que acontece com a inflação há apenas três são privadas.
– Lista das escolas que inflacionam e deflacionam as notas dos alunos: