A mulher que esfaqueou o marido provocando-lhe a morte, em março de 2018, no Funchal, movida por ciúmes, foi hoje condenada a 14 anos de prisão pelo Tribunal de Instância Central da Comarca da Madeira.
O juiz presidente do coletivo, Filipe Câmara, referiu que a arguida foi punida pela prática do crime de “homicídio qualificado” e que “agiu por ciúme, porque tinha a ideia que o marido tinha uma relação extraconjugal”.
De acordo com a acusação, em 27 de março de 2018, na sequência de uma discussão, a mulher “foi buscar uma faca de 15 centímetros à cozinha” e desferiu vários golpes no marido.
O juiz Filipe Câmara apontou que foram as “cinco facadas no peito” que provocaram a morte do homem.
A mulher está com o regime de prisão domiciliária, na casa de um irmão, uma situação que pode manter-se caso decida recorrer.
O tribunal ainda condenou a arguida ao pagamento de uma indemnização cível de 25 mil euros a uma das três filhas da vítima, a única que deduziu o pedido.
O julgamento começou em 09 de janeiro.
A vítima, um empregado de escritório, de 66 anos, ainda esteve uma semana internado no hospital do Funchal, foi submetido a uma intervenção cirúrgica, mas acabou por não resistir aos ferimentos causados.
Durante o julgamento, a arguida disse ao tribunal que o casamento durou cerca de 20 anos e, a certa altura, suspeitou que o marido a traía com a melhor amiga, chegando a colocar um gravador em casa e a esconder-se no porta-bagagem do carro para confrontá-lo com a situação.
Depois, em 27 de março, na sequência de uma discussão, na cozinha “pegou no primeiro objeto que lhe veio à mão”, a faca, a acabou por feri-lo com vários golpes.
Também afirmou que pediu ajuda e chegou a ligar ao 112 por achar que “estavam a durar muito”, repetindo que tudo o que fez “é hoje como um pesadelo” e “estava fora de si”.
“Bloqueei”, declarou em julgamento ao tribunal, complementando que apenas se recorda de se ter “sentado na cama e ouvir a vítima dizer ‘atingiste-me no coração’, depois, cambalear até à porta da casa de banho” e “rebolar no chão”.