Exposições
Governo não confirma Coleção de Fotografia Novo Banco no Convento São Grancisco
O Ministério da Cultura e o Novo Banco anunciaram hoje que estão a avaliar o espaço para acolher a Coleção de Fotografia Contemporânea, considerada a “jóia da coroa” da entidade bancária, que deverá ser anunciado “ao longo do ano”.
Durante uma sessão de balanço da parceria firmada no ano passado entre o Estado e o Novo Banco, que decorreu no Museu de Arte Popular, em Lisboa, a ministra da Cultura, Graça Fonseca, e o presidente do Conselho de Administração da entidade financeira indicaram que ainda estão a avaliar o espaço adequado para a receber.
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No ano passado, chegou a ser anunciada a instalação da coleção – composta por mais de mil fotografias de 300 artistas portugueses e estrangeiros, e considerada uma das melhores da Europa – no Convento São Francisco, em Coimbra, pelo então secretário de Estado da Cultura, Miguel Honrado.
Hoje, na sessão de balanço da parceria, nem a ministra nem o presidente do Novo Banco confirmaram essa hipótese, mas Graça Fonseca disse que será anunciada a localização “ao longo do ano”.
“Sendo uma coleção muito especial, é fundamental assegurar que a sua homogeneidade e a sua integralidade se mantenham, e, por isso, o espaço tem de ser muito bem selecionado porque há exigências do ponto de vista técnico que são particularmente difíceis de encontrar”, justificou António Ramalho.
“Por isso, estamos a trabalhar intensamente com o Ministério da Cultura para encontrar o espaço adequado”, acrescentou, ressalvando que, para continuar a ser usufruída pelo público, a coleção será apresentada em exposições, este ano, em Lisboa, concretamente no Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia, em março, e no Museu do Dinheiro, em maio.
Também serão apresentadas obras da Coleção de Fotografia em espaços públicos de diversas agências do Novo Banco.
“Quando decidirmos, há que ter todas as garantias que estamos a corresponder a todas as necessidades de preservação e fruição de uma coleção desta dimensão”, disse, por seu turno, a ministra da Cultura.
“Enquanto não está a decisão tomada, poder mostrá-la em vários pontos do país, é muito importante”, acrescentou Graça Fonseca.
Questionados pelos jornalistas sobre a hipótese de as coleções do Novo Banco serem vendidas ou saírem do país, António Ramalho disse que “neste projeto esteve sempre, desde o início, subjacente a ideia não só de que as obras ficassem em Portugal, mas sobretudo que ficassem à fruição do público em geral”.
Por seu turno, Graça Fonseca disse ainda que o Ministério da Cultura não está preocupado com a hipótese de as obras serem vendidas: “Um dos objetivos [da parceria] é que as obras deixem de estar fechadas, mas antes abertas para usufruto do país”.
O protocolo faz parte de uma estratégia do Novo Banco – adquirido pelo fundo norte-americano Lone Star – para realizar parcerias com entidades públicas e privadas, como museus e universidades, para depósito do seu património cultural e artístico.
O património cultural e artístico do Novo Banco inclui ainda a Coleção de Pintura, com cerca de cem quadros do século XVII ao século XX, a Biblioteca de Estudos Humanísticos de Pina Martins, que está à guarda da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, e a Coleção de Numismática, com mais de 13 mil exemplares.
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