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CHUC lançou hoje um projeto de humanização da relação entre doentes e profissionais de saúde

Notícias de Coimbra | 6 anos atrás em 24-01-2019

 O Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) lançou hoje um projeto de humanização da relação entre doentes e profissionais de saúde que vai requerer “muita energia, persistência e resiliência”, segundo o coordenador João Pedroso de Lima.

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“O ‘Projeto H2 – Humanizar o Hospital’ é, assumidamente, um projeto de difícil execução, porque implica significativas mudanças de atitude, de comportamento e de cultura”, disse o médico, diretor da Unidade de Gestão Intermédia dos Meios de Diagnóstico e Terapêutica do CHUC.

Segundo o coordenador do projeto, que falava hoje na sua apresentação no átrio do polo principal do CHUC, não se trata de “uma corrida de 100 metros”, mas de uma “maratona”, em que vai ser necessário “muita energia e muita dedicação”.

“O projeto de humanização “é um grande desafio para todos nós, mas, sobretudo, uma aposta em cada um de nós. Não terá êxito fácil, nem resultados imediatos, mas não é impossível de realizar. Será tão mais fácil atingir os seus objetivos, quanto mais rapidamente cada um de nós interiorizar e aplicar a regra de ouro: procede com o outro da mesma forma que gostarias que procedessem contigo”.

O projeto pretende que a assistência aos doentes “seja prestada de forma a respeitar a dignidade e a fragilidade de cada pessoa doente e exercida com a afabilidade, a cortesia, a empatia e a compaixão adequadas a cada situação particular”.

“A humanização dos cuidados de saúde é uma necessidade cada vez mais sentida. O exercício da medicina tem-se afastado progressivamente da sua forma tradicional, assente na participação humana, para se basear em ações de natureza cada vez mais tecnológica”, sublinhou João Pedroso de Lima.

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O médico ressalva, no entanto, que a relação de confiança a estabelecer com o doente exige um “contacto humano que, naturalmente, a tecnologia não pode disponibilizar”.

Nas linhas de atuação, a primeira medida passa por promover uma cultura de humanização, através de reuniões internas com diretores de serviço e serviços de ação médica e de apoio, e da criação da figura de embaixador, que conta já com a participação dos músicos André Sardet, José Cid, do treinador João Alves e do jornalista Pedro Carvalhas.

No âmbito do projeto, foi lançado também hoje uma ação de sensibilização contra o ruído hospitalar, que, de acordo com as medições efetuadas pelo IteCons da Universidade de Coimbra, apresenta níveis duas vezes superiores aos recomendados pela Organização Mundial de Saúde.

O bem-estar e conforto dos doentes também é uma das preocupações do projeto de humanização dos cuidados hospitalares, que passa por resolver as deficientes condições de atendimento no Serviço de Urgência e em vários gabinetes de consulta, a inadequação das salas de espera e a questão do estacionamento “caótico”.

Encontra-se também em desenvolvimento um programa de formação em comunicação e empatia (com a colaboração do Instituto de Psicologia Médica da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra) para 16 médicos referência, que depois se vão tornar formadores.

Para o presidente do CHUC, Fernando Regateiro, o “Projeto H2 – Humanizar o Hospital” é “relevante e mobilizador” para um centro hospitalar que quer “ser o melhor” do país”.

“É um passo estruturante para a nossa capacidade de fazer acontecer”, disse o responsável, salientando que é necessária esta humanização quando se lida com pessoas “frágeis, doentes e deprimidas” pela sua condição.

Segundo o presidente do CHUC, “é na ação que se quer levar a bom porto este programa, em que cada um se deve mobilizar agindo”.

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