Coimbra
Botânico de Coimbra projeta criação de escola de jardinagem histórica
O Jardim Botânico da Universidade de Coimbra (JBUC) projeta a criação de uma escola de jardinagem histórica, à escala internacional, disse à agência Lusa o diretor da instituição, Paulo Trincão.
O estabelecimento, essencialmente referenciado por um universo heterogéneo de jardim e por ser a primeira escola de jardinagem histórica no país, pretende, para além do seu papel formativo, contribuir para a falta de técnicos com que o Jardim Botânico se debate, sobretudo por falta de meios económicos para os contratar, sublinhou aquele responsável.
A criação da escola envolve um investimento da ordem dos 400 mil euros, para a qual o diretor espera contar com a comparticipação de fundos comunitários, através do QREN (Quadro de Referência Estratégico Nacional).
No âmbito deste projeto, o JBUC prevê a cooperação com outras instituições, como o vizinho Estabelecimento Prisional de Coimbra (EPC), para além de iniciativas como a que já permite que reclusos trabalhem no Jardim.
Os cerca de dois hectares de terreno agrícola que o EPC possui no seu interior e que cada vez menos constitui meio de produção de bens para consumo da própria cadeia, é um espaço que Paulo Trincão admite poder vir a ser utilizado pela futura escola, no âmbito de um acordo a estabelecer, para o efeito, entre as duas instituições.
A criação da escola surge no âmbito da nova estratégia do Botânico de Coimbra, que, além de contribuir para atenuar as suas dificuldades económicas e de criar postos de trabalho, quer, designadamente, regressar à investigação (e não exclusivamente na botânica, mas em diferentes áreas) e apostar na divulgação da cultura científica e no turismo, reforçando o papel de espaço público da cidade.
Único jardim botânico universitário do país de acesso gratuito (só o acesso as estufas será pago), utilizado como espaço de recreio e lazer e também como meio para encurtar distâncias entre alguns pontos da cidade, o JBUC quer não só manter estas características, mas acentuá-las, já que reúne “todas as condições para se assumir como um eixo estratégico pedonal verde da cidade”, sustenta Paulo Trincão.
Para isso, é necessário permitir o seu atravessamento entre a Alta universitária e a Baixa ribeirinha do Parque Manuel Braga e do Museu da Água, o que exige a passagem para o domínio público de algumas áreas nesta zona e respetivas obras, sustenta o diretor do JBUC, acreditando no interesse e disponibilidade da Câmara Municipal no projeto.
A concretização deste “projeto estruturante da cidade” só será possível em parceria com autarquia, da mesma forma que outras iniciativas estão a ser estudadas ou desenvolvidas em parcerias com outras entidades públicas e privadas, refere Paulo Trincão, exemplificando com o estudo que vai ser feito pelo JBUC para a preservação de espécies de eucaliptos, em parceria com uma papeleira.
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